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Showing posts from October, 2010

it is gone

A year ago I was in the middle of a treatment for a disease that - a year ago - I had no idea how worse it would get. Thank God, right? Have I knew what I was about to face, I'd probably get depressed or something like that. Anyways, it's gone. A year ago I was getting more and more fat and ugly. People would give me their seats on the bus because they thought I was pregnant. I thought I was pregnant too. But it's gone now. I'm slim and sexy again (or am I?). It's gone. Seriously, it's gone. You're only sick while you see yourself as a sick person. A year ago I was seeing myself as a sick person, my family and friends were sorry for me. I was sorry for me. I was sick indeed after all. But it's gone. I promise, it's gone. I'm healthy as fuck right now. Mentally healthy, also. 'Cause it's gone. Despite what the doctor said, baby, it's gone. So please, I'm begging you, don't cause me any more trouble, ok? I've had enough alre

barulho irrita

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O barulho irrita. Porque ele entra dentro do seu cérebro e impede que você ouça seus próprios pensamentos. O que é o cérebro sem pensamentos? É neném sem chupeta, Claudinho e coisa e tal. E Esse post começou no meio do barulho. Barulho de palmas estridentes em uma sala sem janela. E de música alta saindo da caixa que também tem um microfone. O barulho está entrando no meu cérebro e não está deixando eu ouvir meus próprios pensamentos. É que nem digitar sem ler o que está escrevendo, é freestyle. Eu já escrevi seu com c. Mas algumas pessoas acordaram e hoje não se importam com o barulho. O cérebro nem percebe que tem coisa demais rolando pelos ouvidos. Essas pessoas também não se importam com o frio nem com o calor. Não ligam se o bolo é de chocolate ou laranja, não estão nem aí para a afta ou pra unha encravada. Essas pessoas acordaram e deram bom dia para sua escova de dente e não se importaram em apertar a mais aquela pastinha de dente. Nem se importaram que alguém deixou a garrafa

filha de Rainha...

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Eu fico encantada com o Josias, que morou a vida inteira no interior do Espírito Santo, descrevendo como foi a primeira vez que ele, já adulto, viu o mar. Ele descreve como sendo uma sensação de tirar o fôlego, inacreditável. E deve ser mesmo, eu só imagino. Isso porque eu tive a graça de passar boa parte da minha infância (nas férias, pelo menos) em Ubatuba. Se eu disser pra vocês que lembro de cenas de quando eu tinha uns 4 ou 5 anos na praia do félix, vocês acreditam? Mas é sério. Eu lembro que eu só gostava de usar maiô e eu posso desenhar pra vocês as estampas dos meus maiôs favoritos. E lembro que eu adorava correr pra água e depois rolar na areia e depois correr pra água de novo. Pegava onda de bodyboard como se eu fosse gente grande e como se as ondas fossem grandes também. Das ondas eu também sempre gostei. Quanto maiores, mais legal. Quanto mais ralada eu voltava pra casa, mais feliz eu estaria. Ainda é assim. Por incrível coincidência, papai é instrutor de mergulho - esporte

fathers be good to your daughters

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As meninas sempre foram cor de rosa. Sempre cresceram com uma boneca na mão, sempre gostaram de imitar a mamãe e colocar maquiagem. As meninas sempre gostaram de enfeitar seus cabelos, sempre gostaram de bolsinhas, coisinhas fofinhas, rosinhas. Elas sempre foram assim. Mas alguma coisa deu errado nos últimos tempos. Porque hoje as bonecas nas mãos das meninas não são suas filhas, são modelos de vida. Elas não imitam mais as mamães, as mamães imitam elas. Elas não gostam mais de enfeitar seus cabelos, elas precisam enfeitar seus cabelos. Elas não são mais seres que também gostam de diminutivinhos. Elas só gostam de diminutivinhos. Elas são só isso. São só cabelo, maquiagem e rosa. Mais nada. A culpa eu não sei de quem é, mas a gente vinha vendo uma evolução igualitária de sexos. E ela parou aqui. Hoje você é mulher de verdade se seu cabelo é o mais liso do Japão, se o seu salto é o mais alto do Himalaia e seu rosto é o mais pintado do circo. Hoje você só é mulher de verdade se você nã

República Federativa de São Paulo

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O mundo ganhou mais um riquinho. A gente agora é parte do G4 que virou G5 porque a República Federativa de São Paulo tem grana, tem poder, tem tecnologia, tem gente bonita, tem metrô. A gente expulsou os menos favorecidos que pra cá vieram só pra lotar nossos ônibus, para pixar nossos muros, para construir favelas. E eles voltaram pra terrinha deles, morrer de fome bem longe das nossas vistas. Nossa grana agora é nossa e não temos que pagar nada que não seja de nosso próprio interesse. A economia vai muito bem, obrigada. Nosso país é sensacional. A gente é o irmão rico que saiu da casa pobre dos pais. Largamos aquela pobreza, saímos do morro. Só o turismo que não está lá aquelas coisas. Nossas praias mais bonitas são no norte do País e agora andam meio superlotadas por causa do preço da passagem internacional. Artesanato a gente não tem. Nem história. Nem origens. E nosso carnaval está lindo na avenida mas só na avenida. Os trios elétricos não têm mais o sotaque baiano, o povo aqui fic