um pônei casando

Diz que é um rito de passagem pra vida adulta quando suas amigas do colégio começam a casar, né? A coisa aqui já começou, mas nada de rito, nada de adulta. Quem casou foi a Samara e eu quero pra ela toda a felicidade que se pode ter. Eu gosto do agora marido dela (eu até dei o primeiro pedaço do bolo pra ele uma vez), a cerimônia foi linda, teve igreja, padre, madrinhas, padrinhos, vestidos. Foi tudo de verdade mesmo. Depois teve a festa, que foi uma delícia. Comida boa, bebida farta, decoração fofa, música sensacional, clima fantástico. Foi um casamento mesmo, com bem-casado pra levar pra mãe.
Mas é a Samara! A mesma Samara da escola e não uma versão adulta da Samara. Mesma cara, mesmo jeito, mesma brutalidade, só que agora dançando tango. E quem estava na festa também eram as mesmas pessoas do colégio. Era a Nádia, a Bia, a Fan, o namorado da Fan que a gente adora. E a gente falou das mesmas coisas, com a mesma maturidade de sempre: maturidade alguma.
Isso mostra que essa coisa de vida adulta ser diferente da vida de colégio é lorota. Coisa do sistema que a Globo não mostra. A gente agora dirige e alguns de nós trabalham. Mas a gente continua se xingando, falando mal dos outros e se impressionando com joaninha amarela. 



Já me formei, viajei, tirei carta, declarei imposto de renda, já nasceram os sisos, tenho contas pra pagar e agora já vi uma amiga do colégio se casando. Mas ainda não cresci! Há! 
Your move, life!
E parabéns Samara, sua pônei! ;)