the bifurcation
E como se o Universo lesse meu blog, o dia da bifurcação chegou e é hoje. Imagine você, amigo leitor, que eu tenho que simplesmente decidir meu futuro eterno da próxima semana até amanhã. Eu tenho que decidir se eu quero trabalhar em uma agência de publicidade com criação - que é o que eu estudei 4 anos para fazer - ou se eu vou mesmo embarcar em novembro - sabendo que cerca de 78 coisas podem acontecer que me impedirão de embarcar mas é o que eu quero fazer.
E ai? Eu paro de graça e fico na agência que tende a crescer e me fazer feliz e milionária? Para ter um salário fixo, crédito aprovado, carro, notebook, responsabilidade, natal com a família? Ou eu embarco, acordo em um lugar por dia, trabalho com o mar de fundo de tela, mantenho o bronzeado, ganho dinheiro, proporciono viagem baratinha pra família, conheço a europa?
Mas será que eu não vou ser aquela pessoa que sofre todo domingo a noite porque tem que trabalhar na segunda? Eu não vou ser aquela pessoa que envelhece prometendo que um dia desses vai largar tudo e ir viajar, conhecer o mundo? Será que eu não vou acabar amargurada, estressada e infeliz com a falsa sensação de missão cumprida? Será que eu num começo a fumar no meu terceiro mês como publicitária? Ou será que eu vou acordar com 30 anos um dia e perceber que eu não tenho currículo, que eu me formei há dez anos, que eu não tenho emprego nem nada, que eu quero ter filhos e não posso por causa do vício, não vou ver meus primos/afilhados crescendo, não vou sair nas fotos da família, não vou ter amigos?
Será que eu não vou largar a chance de ter um trabalho legal pra embarcar e aí vou descobrir um novo problema bizarro de saúde e vou ficar sem as duas coisas? Será que eu não vou desistir de embarcar e de ser uma nômade condenando pra sempre minha felicidade e vivendo de e se eu tivesse ido?
Que pressão né? Ainda bem que eu tenho bastante tempo pra pensar (não).