that bitch
A gente é filhodaputa e reage com grande precisão e espontaneidade quando alguém recebe uma merecida porção de cocô na cara. A gente canta em coro "quem procura, acha!" ou, se a gente for gringo, a gente faz a voz do Timberlake "what goes around comes all the way back around". Todo mundo reconhece a reação de uma ação. Nos outros.
Quando a merda atinge a nossa própria cara, aí é injustiça, é inferno astral, é o governo, é a chuva, é o frio. É qualquer coisa menos qualquer coisa que fosse nossa culpa. Então a primeira dica conclusiva desse post de hoje, criançada, é que olha... a culpa é sua mesmo. De alguma forma, em algum momento, mesmo que por acidente, você colocou o palitinho de dente de volta no pote depois de lamber. Quando você pega herpes na semana seguinte, já sabe.
Mas a principal dica conclusiva (que é um termo que eu inventei agora, eu acho) desse texto de hoje, de forma que se ele caísse no vestibular e a pergunta fosse "qual é a principal dica conclusiva do maravilhoso texto de Natália Rodrigues?" a respostar seria b. Ou seja, demora. De vez em quando demora. A vida vai deixando você achar que dominou o pecado. Que se ninguém sabe, ninguém sofre. Que se você justifica muito bem, não conta. Ou ainda, a vida te faz crer que só a culpinha que te demora 6 minutos pra dormir ao invés de 5 já é castigo.
Não é. E se nem culpinha você tem, piorou.
Uma hora volta.