os cegos do castelo
Dentro do meu castelo feito de razão e tequila, eu era a rainha e podia fazer o que quisesse. A vítima, a heroína, coitada. Tudo isso me dava o poder de meter o dedo na cara, dar tapa e chamar de filhadaputa. Julgar, condenar e executar a sentença. Porque que fui traída nas leis da amizade e era, portanto, inquestionável. Mas todo reino que se preza tem um doido e um sábio. No meu reino, o doido e o sábio eram a mesma pessoa, que usava sombreiro e colocava pimenta até nas frutas. E chegou com sua barriga cheia de amor e gritou bem na minha cara que eu era tão errada quanto quem eu chamava de errada. Que só porque as leis da amizade ali não reinavam, não quer dizer que as leis do amor poderiam ser ignoradas. O amor deve existir entre as pessoas mesmo que elas não se vistam igual nas festas de se vestir igual. Mesmo que elas não tenham histórias. Mesmo que elas nem se conheçam... doida-sábia me disse que eu não tinha traído amiga minha mas tinha traído amiga de alguém. Me deu um tapa ...