o carrossel dos troxa

O mundo é um carrossel onde as pessoas são cavalas que gostam de maçã. Elas sobem e descem - a gente sobe e desce (eu também sou pessoa) e vai girando que nem troxa. O mundo é um lugar de gente troxa e ser troxa as vezes me enjoa. The carousel never stops turning, you can't get off, já diria Ellis Grey. You can't get off do movimento troxificante, por isso we are so troxa. I am very troxa.
Mas ainda que, de vez em quando, eu consigo fazer a mágica louca de enxergar o carrossel girando como quem olha de fora, e vejo minha cara-cavala passando vertiginosamente pelo mesmo lugar que eu já passei algumas vezes. A coisa muda, na vida, mas está sempre girando em torno de um eixo. Então é inevitável que a gente sempre passe pelo mesmo lugar, de quando em quando. 
Aí que eu estou passando por um lugar que eu já conheço, muito parecido com um outro lugar onde eu vivi com a maior intensidade de todas. Eu estou em um contexto muito quase igual àquele outro contexto tão importante e mágico pra mim. E isso pode ser interpretado e associado a um monte de vertentes diferentes, mas hoje eu associei a uma, muito específica.
Imagine que eu estou de novo em uma das situações mais marcantes e doídas que já se passou comigo: The Great Betrayal of 2012. Só que dessa vez, eu estou olhando de fora. Não é comigo, mas tá na minha frente. Eu não tenho nada a ver com o assunto e o correr das coisas me ajudou a concluir o óbvio: eu sou troxa. Mas menos troxa do que eu era.


A conclusão de todos os meus pensamentos é que o budismo tem razão e o pequeno príncipe também: tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. E isso não quer dizer que você é responsável pelo que conquista, quer dizer que você é responsável por tudo que te afeta. Ninguém tem o poder de te fazer sentir nada, nem tristeza nem nada. As coisas podem acontecer fora do seu controle (sempre é assim) mas se isso te afeta e como te afeta é uma escolha sua, responsabilidade sua. Não existe a vítima da situação, existe a escolha de sofrer. Também não existe o vilão, existe uma pessoa que fez o que você e qualquer um também fariam, sob determinadas condições de temperatura e pressão. Depois que eu li sobre a Prisão de Stanford, nunca mais eu aceitei a frase eu jamais faria isso. Faria sim, todo mundo faria.

Ninguém é bom.
Ninguém é ruim.
Mas todo mundo é troxa.