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Showing posts from November, 2016

errata

O seu erro foi dar as mãos pra dor e pro amor e fazer com que eles andassem juntos o tempo todo. Seu erro foi tentar mostrar que eles são siameses, indissociáveis e, apesar do nosso esperneio desesperado, um não existe sem o outro. Talvez seu erro tenha sido tentar ensinar essa lição na prática, o erro estava na intensidade. Mas seu maior erro fomos nós, que jogamos pra você a culpa dos nossos próprios erros.  O erro foi nosso, na verdade, de viver uma vida de ilusão separatista que isola cada coisa em seu canto, num Universo onde a matéria só se transforma e nos faz continuidade de tudo. Separado nunca existiu, dor e amor só são dor e amor por causa do amor e da dor. A dor não dói se não houver amor, o amor não pode ser total sem dor nos limites da nossa humanidade. Você quis ensinar com dor e com amor o que os outros talvez só tenham mencionado em aula expositiva com slide. Ou você insistiu, continua insistindo na lição que antes a gente conseguia fechar os olhos e ignorar. A ...

Espera, paciência e calma.

Espera. Paciência. Calma. Aquela turminha que nunca me fez mal mas que eu nunca consegui trocar muita ideia. Nunca fomos amigas, eu e elas. É muito difícil se relacionar com aquilo que não se compreende. Nunca compreendi a espera, nunca tive muita paciência, calma nunca significou nada pra mim. Nada disso eu falo com orgulho, foi-se o tempo em que os traços da minha personalidade eram motivos de bater no peito e gritar bem alto. Foi-se o tempo que eu acreditei em traços de personalidade como únicos e imutáveis. Eu não sou assim, eu estou assim. O tempo todo estando, passível de mudança e, tomara!, evolução. A tríplice antagônica do meu signo, do meu pai, e do meu sangue deixou bem claro que a mensagem desse ano era compreendê-la. Se em uma vida eu ouvi de longe quando me diziam pra ter calma, porque eu tinha passado correndo, se até hoje a espera não passou do tempo necessário pra outra ideia e outro plano surgirem, se eu cheguei a provocar desilusão em quem me pedia paciência, vivi...

2016

Você é aquela criança terrível que a gente não sabe se é terrível mesmo e as pessoas comentam ou se só é terrível porque as pessoas comentam que é. Não sei se é uma coisa vigotskiana ou piagetiana, não sei se vem de dentro pra fora ou de fora pra dentro. Não sei as origens astrológicas da sua insanidade, não sei em que casa da Lua tá o Sol da sua putaqueopariu, mas sei que a essa altura eu já não esperava nada diferente de você. Sério, eu nem reforço mais o showzinho que você dá. É incessante e repetitivo, você devia estudar habituação. Se no começo tu era nossa atrás de nossa , hoje não passa de ah, claro . Of course.  Porque claro que tem tumor. Claro que vem cirurgia por aí. Em um ano que começou com os maiores absurdos, um réveillon que eu ainda não elaborei, que passou pelos acontecimentos mais improváveis, que me colocou de quatro quando eu não queria nem abaixar um pouquinho. Você, onde eu briguei com quem eu achei que jamais brigaria, onde eu amei quem eu nem conhecia, ...