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Showing posts from August, 2017

Dona Hilda

Quero aproveitar os pensamentos que eu tive ontem, voltando do luau, que foram uma explicação muito maravilhosa sobre como funciona o mundo. Mas como eu tava alucinando, talvez não saia. Mas vai sair. A gente faz visitas em Trabalho em Saúde. A gente faz visitas em uma caralhada de matérias nessa faculdade, o que é ótimo. Saúde pública rocks. Mas essas experiências têm se tornado repetitivas em vários fatores, apesar da infinidade que cabe dentro da vida humana. Justamente essa infinidade de possibilidades de existências me fez pensar sobre sofrer a dor do outro. E misturou com um pensamento meio babaca, que virou um post meio prepotente, que na verdade terminou bem. Basicamente eu não sei da sua dor, você não sabe da minha. Eu tenho aqui meus problemas que são socialmente gold! Câncer, caralho! Ninguém discute, ninguém nem compete, nem tenta vir pra mim e falar "ah não mas nossa eu tenho hemorróida, acho que é pior". Só a que a real é que talvez eu sucumbiria completame...

a brisa que eu tô vivendo

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Vai parecer zuera esse texto porque eu tenho um certo histórico, e na verdade não tem muito problema de parecer zuera. Porque talvez seja. Mas não é. Depende do curso que você faz, dá pra chamar de psicose. Em um curto espaço de tempo, que eu diria que é menos que uma semana, eu passei por dias extremamente difíceis e esquisitos. Até escrevi aqui, postzinho bem pesado que talvez tenha marcado qualquer coisa de começo da brisa. Acredito que eu tenha passado por muita dor física e literal, dor desesperadora. Eu não sou uma pessoa forte e resistente à dor, eu fico desesperada ao menor sinal e, de repente eu sentia muita dor. Sei lá porque, mas no joelho. E eu sabia que o que tava causando a dor era um remédio profilático que eu tinha começado a tomar, cuja bula não mencionava nenhum tipo de dor mas que eu vivi coisas suficientes pra acreditar nas sensações meio inexplicáveis que a gente tem. São conjuntos de micro-condicionamentos, na verdade, que é bem científico. Ou são processos do in...

dias piores

Este é mais difícil porque fala de depressão, que eu tenho. A depressão quer dizer que a pessoa não consegue enxergar um propósito para si em determinado momento, que é exatamente o que acontece comigo hoje. Hoje. Hoje é impossível para mim sentir verdadeiramente que essa condição vai passar, no sentido mais puro e sincero que eu poderia descrever. Falando de sentir, honestamente.  Existe um outro lado, existe o mecânico. Existe o fato de que eu tenho uma consciência pautada em experiências anteriores de que isso é uma fase, que são dias ruins e que isso vai melhorar. São fatos aos quais eu me apego racionalmente e que evitam o desespero. É o único motivo pelo qual eu não estou desesperada, por conta da lógica. Racionalmente eu sei, dentro do meu coração eu não sinto. São dias ruins. Mas são dias que parecem que pioram ao invés de melhorar, em que eu vejo minhas pernas cada dia mais finas, respondendo cada vez menos aos movimentos. O cansaço beira o absurdo, é ridículo. E o in...

da minha petulância

Ó, eu não vou mentir não, as vezes me bate uma vibe meio que de superioridade em relação às pessoas. Acho que é normal, né? Comum. A gente não pode se deixar levar nem achar que tá certo isso mas não posso negar que eu sou escrotinha às vezes sim. Reconheço. E reflito. De vez em quando eu leio você ou eu ouço você e eu penso que mano, você não ia aguentar 5 minutos na minha pele. Que puta petulância a minha, mas as vezes sua dor me parece tão tão banal que como pode? Antes isso me incomodava bastante. Aí eu parei pra pensar na sua dor e na medida de todas as dores: que não tem. Simplesmente a métrica não se aplica a uma regra, a gente não consegue enfiar na mesma latinha a sua e a minha. E aí eu penso que eu também não aguento 5 minutos da sua dor não, meu casco engrossou na parte que a onda batia em mim, só em mim. Da sua onda eu não sei nada. Daí por isso eu queria te pedir perdão pela minha petulância, pedir paciência pra sua angústia e pedir amor pra sua caminhada. Queria te ofer...

a paciente

A primeira coisa que eu virei quando me tornei paciente foi paciente, de paciência. Essa brisa incrível um dia bateu pela ideia da Liz e de repente muita coisa, quase tudo fez sentido pra mim. Virar paciente é ser absolutamente roubada da sua própria vontade sobre muitas coisas, ser reduzida do seu livre arbítrio primordial. Você, e Freud já cantava essa bola há mais séculos, descobre que não é senhora da sua própria casa. Quem é, né, na verdade? Quem realmente tem controle sobre as circunstâncias de tudo? Mas talvez num diagnóstico meio repentino a coisa seja um pouco mais bruta, sei lá. Quero puxar pra minhas glórias aqui. Porque eu beirava o absurdo da impaciência, eu entrava em parafusinho de metal só de imaginar qualquer situação que fugisse ao meu controle, ao meu tempo, à minha pressa. E que delícia que foi hoje, gente, perceber que eu sarei disso aí, que eu tô melhorando pelo menos, na pura serenidade de enconstar na cadeira e pensar: tem que esperar, né? É libertador, eu ...

meias brisas

Tem umas coisas que parecem tão óbvias na nossa compreensão que a gente nem fala disso direito, mas são coisas em que eu entro dentro e olho por dentro e penso nossa, caralho! Porque é óbvio sim, mas não é tanto, e chega a ser libertador compreender verdadeiramente tais brisinhas que falarei a seguir. Se liga.  Pessoas, né? Você conhece pessoas toda hora, que imediatamente te afetam de alguma forma, dependendo da intensidade das energias, do tempo, das coisas que acontecem, sei lá. E você afeta pessoas o tempo todo. A gente está sempre mudando milimetricamente ou quilometricamente de acordo com essas relações, e daí por isso que Heráclito disse que um homem não pode nadar duas vezes no mesmo rio: da segunda vez ele já não é o mesmo homem e o rio já não é o mesmo rio. Essa constante evolução não deixa a gente estagnar e essas relações podem nos ajudar a crescer ou a retroceder, mas a questão é que estamos pra sempre conectados em algum grau. Até aqui, nada muito doido. Um pouc...