ascendente em foda-se
As coisas acontecem na minha vida por tema, igual episódio de série. No meu episódio anterior, o tema foi Concreto & Abstrato - por que você é tão burro? Assim, tudo seguiu essa mesma linha. Primeiro um animal no twitter falou n prq quem acredita em astrologia é igual quem é terraplanista, e com essa pequena frase ele me fez entrar em auto-combustão de ódio. Eu queria dar um socão bem concreto na cara daquele imbecil, pra ele sentir bem na pele o tamanho da estupidez dele.
Mas eu faço terapia, amigos. Terapia pode parecer um conceito de elevação mas isso só quer dizer que eu entro em looping infinito quando algo me afeta demais - por que eu fiquei tão brava com a comparação?
Na mesma semana eu li o Ideias Para Adiar o Fim do Mundo, do Ailton Krenak. Esse livro reúne três palestras que o Ailton deu e que conversam entre si. A última, e, pra mim, a mais mind blowing é A Humanidade que Pensamos Ser, onde ele fala dessa coisa triste de achar que a nossa humanidade é a certa, com o mesmo pensamento de nós somos a luz e vamos iluminar esses índios perdidos que os caras tinham há mais de 500 anos, né. Interpretação minha da história, tá? Daí ok.
Também na mesma semana assisti o episódio de Merlí em que ele tá putico e menospreza a fé com um papinho agnóstico para o qual eu tenho pouquíssima paciência. E no final ele vê um fantasma, né então assim...
E aí hoje uma tristíssima notícia me fez pensar na importância que a religiosidade teve pra mim nos momentos mais difíceis da minha vida, sem contar os acontecimentos bizarros que eu só pude fazer parte por ter uma cabeça mais voltada ao inexplicável.
Não quero com nada disso dizer que todo mundo tem que acreditar nas paradas doidas, nem ter fé ou religião, nem ler o horóscopo na Tititi. Quero paz e alegria pro ateu, que viva feliz com suas escolhas e com seu modo de viver. De boassa. Ninguém precisa acreditar em astrologia pra ser meu amigo, não precisa sair muito da curva da ciência. Mas é imprescindível que se reconheça que há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia. Só isso que eu peço, um sincero sei lá que porra foi essa. Um só sei que nada sei. Nada mais.
Porque, como disse a análise perfeita da senhora psicóloga Bruninha, essa pose toda parece uma necessidade muito grande de ter controle sobre tudo e, se há algo sobre o qual não se tem controle, então não existe. O que soa bem mais negacionista pra mim do que dizer que nascidos em abril são poucas ideia, né então sei lá quem é o antivax da história.
Há humanidades e conhecimentos muito maiores do que o padrão ABNT, o que não quer dizer que a ciência está errada ou que só outros conhecimentos são importantes. A ciência é show, certíssima, nossa amiga, maravilhosa, cabelo hidratado. Só não é a única coisa que existe. E, na verdade, até acho que um dia ela chega lá, um dia ela explica o inexplicável. Mas enquanto ela não consegue, não quer dizer que aquilo não exista.
O que não existe é terra plana, filhodaputa.
PS: na terapia eu entendi que eu não gosto de ser associada a ideia de burrice porque eu tenho dificuldade de reconhecer minhas fraquezas e essa pode ser uma, mas fodase. Burra é teu cu.
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E eu só acho engraçado que (...)