black-old
Então eu sou o centro do meu universo. O centro, que tem um monte de coisas em volta. Esse monte de coisas inclui as pessoas que estão do meu lado. O centro do universo delas é elas mesmas e o universo em volta delas me envolve. Cada universo faz confluência com outros tantos universos e, portanto, se afetam. Não existe estou bem se não estivermos todos bem.
Eu ouvi isso assim desse jeito só hoje. Mas acho que já pensava assim antes, quando tinha a total incapacidade de pedir por mim antes de pedir por todas as confluências do meu universo. Que eu chegava a me perder e ficava com medo de ter esquecido alguém e esse alguém ia pegar micose.
Seria tudo tão claro e eu saberia tão bem o que fazer, não fosse o medo irracional que eu tenho de não me fazer entender. Porque se esse conceito é bem fixado nas cabeças pensantes do Brasil, ok. Mas se nasce uma dúvida, ela vira raiva. E eu também tenho medo da raiva. Mais medo da raiva do que de escorpião.
Muquiada no meu medinho, eu fico aqui, inerte. Tentando me convencer que o movimento de translação da Terra vai colocar tudo no lugar. Acendendo vela pra tentar fazer com que o fogo leve a mensagem em forma de sonho, sei lá. Pra que a mensagem chegue sem que eu precise falar.
Porque até que ponto eu tenho direito de me meter na vida alheia?
E quão omissa eu sou por me justificar assim?