na casa do Renato
De todos os futuros que eu imagino pra mim, ganhar a vida escrevendo é de longe o mais ambicioso, intangível e raro. Seria incrível por um lado e vergonhoso por outro. Tomo como exemplo esse blog: eu piro quando eu vejo que tive várias visitas e tal. Curto mesmo. Mas morro de vergonha quando alguém comenta pessoalmente que leu sei lá o quê aqui. Vergonha. Eu.
Por isso acho que ia ser difícil pra minha cabeça se eu fosse uma renomada escritora sensacional, incrível e inspiradora. Até porque, nunca consegui inventar uma história. Eu escreveria sobre mim mesma, que é um ato de extrema preguiça de quem escreve, né? Dá trabalho nenhum. Mas acho que eu venderia bem, com essa coisa de trabalhar em coisa bizarra, de ficar doente, tumor, milagre, religião, macumba. O povo gosta dessas coisas. E o povo ia curtir aquelas outras histórias que eu tenho pra contar também... meu pai já num ia curtir tanto. Enfim.
Já pensei em ir pro Big Brother Brasil também. E se eu fosse, eu ia ganhar. Eu sou o puro carisma, né gente? Tem como não amar? Tem como não ganhar? É uma pena que eu não conheço ninguém, que conhece alguém que chupa alguém na Globo.
Daí existe a opção mental de ter um emprego fixo daqueles que mamãe pediu a Deus. Um onde eu possa usar todo esse talento e criatividade que meu pai diz que eu tenho. Em uma empresa grande, que me dê plano de saúde e onde meu vô possa se orgulhar de contar pras pessoas do hospital do servidor que a neta dele trabalha. Queria dar esse gostinho pra vocês, família.
Mas claro que existe um vício na minha vida, que me puxa pelo coração pro fundo do mar. Um vício difícil de largar, difícil de superar. Que apesar de me prender, só me deu coisa boa. Eu corro um sério risco de ser aquela tia ausente que manda os melhores presentes mas nunca está lá na festinha. É uma imagem dolorida, mas eu tenho plena consciência de que é perfeitamente possível.
Já pensei em todas as opções e em todas elas eu me vejo feliz e satisfeita, bem de grana e com histórias incríveis pra contar na entrevista que eu fatalmente vou dar pro Jô. Considerei as mais diversas profissões e os mais estranhos estilos de vida.
Mas Dubai?
Nunca pensei em Dubai...