o pecado

Forgive me Father, for I have sinned. De todos os tipos, jeitos e modelos que o pecado nos é oferecido. Fiz strudel com a maçã, fiquei bróder da serpente. E da cobra. Cada um dos sete, juntos e separados. Ah, os pecados!
Eu não pequei porque quis, não quis pecar. Eu fui vivendo, os pecados foram chegando e eu fui pecando e andando e seguindo a canção. Agora nem sei se peço perdão porque esses pecados todos me pareceram naturais. Nem sei dizer onde foi que eu pequei. Nem sei a diferença entre gula e luxúria. É tudo igual, é tudo normal. E por ser tão normal, se é o pecado nosso de cada dia, chega a ser capital? 
Será que não é a culpa que faz o pecado ser pecado? Porque se for, claro, eu fui pecaminosa algumas vezes aí. E de vontade própria paguei minhas Ave Marias. Minha consciência é mais severa que você, padre. Meu travesseiro é um carrasco.


Mas se o pecado é seguido de satisfação plena e alegria, aí já não sei se vale ajoelhar de novo. Para pedir perdão, pelo menos, não. Talvez para agradecer. Agradecer a saúde e oportunidade de pecar mais um dia. Acho que pecado mesmo é o oitavo, que funciona como Todas as Anteriores: não passarás vontade.

Forgive me father, mas a gente vai tomando.
Que também sem a cachaça, ninguém segura esse rojão.