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Showing posts from July, 2016

forrest gump e eu odeio são paulo

Meti o Forrest Gump e saí andando, porque eu não sei correr e porque eu tava de allstar. Não fui tão longe quanto gostaria, três é menos que oitenta, mas precisava do sol, precisava da circulação ativa. Eu odeio São Paulo. Se eu estivesse em Santos, poderia andar pra sempre. Descalça. A música ia se misturar com ondas do mar, não com ônibus buzinando. O chão de areia é melhor do que as calçadas merdas, todas quebradas. O plano é melhor do que as subidas e as descidas que eu tive que encarar aqui. Meu plano era muito melhor, mas daí foi tanta subida que agora eu não tô sabendo lidar com a descida. Quero voltar pra casa mas eu tô de castigo. É um castigo, São Paulo é um castigo. É um cantinho que me colocaram pra eu pensar no que eu andei fazendo. Andei pra pensar e cheguei à conclusão nenhuma, além da mais pura flor da injustiça, que eu cheirei e descobri que sou alérgica. Os sintomas variam entre negação, revolta e tristeza. É um luto, meu luto novo que não tem nada a ver com o luto a

PROERD

Que eu sou da área da saúde, me respeita. Eu sei o que eu tô fazendo com base em scielo, não com base na sua vizinha que disse que é assim. Que postou no face. Ninguém se vicia de primeira, minha senhora. O vício é um hábito adquirido, a droga age onde falta alguma coisa. Uma vida completa não precisa de vício, ainda que utópica. Brinquei nas utopias, não tinha controle do todo, só sabia do que eu via, de onde o sol toca. E aquela parte escura ali, Simba, também faz parte do seu reino. Aí que eu fui pra lá ver qual que é. E não é que foi e eu nem vi? Experimenta uma vez e eu já sei que não deu bom. Deu ótimo. É crack, é cocaína, é coca-cola. É o cigarro do fumante depois que come, é o teu chocolate, meu doce preferido. E você, 6 quilos de pó. Que dá vontade de cheirar, fazer carreira, medalha olímpica em fuck your brains out. I wanna fuck your brains out. E levantar a bandeira da Redução de Danos que me tire dessa guerra contra as drogas. Quero ser Uruguai, quero você Holanda meia h

jump, get out of the floor - pt 2

Karma is a bitch.  No, really, Karma was the name of the village's female dog. When Karma noticed that something was wrong with the frogs in MarshVille, she knew it was up to her to save everyone. She went on a hunt to find out what could have happened. Suddenly, she smelled something in the air. It was a weird smell, like a sausage smell. Karma knew nobody in the village would ever put sausage anywhere near their mouth. The smell was coming from a bowl of soup left on the kitchen. Karma licked the soup and instantly vomited. There was sausage on that soup, that's for sure! Karma decided to follow the track of the smell to see where did that come from. She could see that all the frogs that were acting weird had eaten the soup - but who could have made it? Who could have done something like that? The dog was getting really suspicious of everyone. She would pay attention to every single move of every single frog but it was really hard because all of them were acting weird.

depois eu falo

Ah, a procrastinação! Tão bela filosofia disseminada pelas redes que compõem a minha geração, tão essencial característica do jovem moderno, tão escrota característica inclusive. A gente romantiza umas coisas que não dá pra entender, sinceramente. Por que a gente acha bonito falar que procrastina? Puta falta de responsabilidade, puta imbecilidade. Pra quê? Pra dizer que a gente se rende às belezas do dolce far niente ? Não, é troxisse isso. Aliás, a gente também romantiza ser troxa. E eu, com essa minha mente super independente ao contrário, com essa minha força pra nadar contra nenhuma corrente, me deixo levar pelas tendências. Eu procrastino, eu sou troxa. E a combinação das duas coisas me leva à fatalidades irreversíveis, que também é uma característica de toda fatalidade: ser irreversível.  E como eu queria falar da minha procrastinação de trabalhos e estudos! Oh, glória. Queria eu resumir minha inconformação à uma louça que eu deixo de lavar na hora. Queria eu procrastinar pra

porque afinal

O Liam sempre gritava essas coisas e eu achava lindo, mas agora eu acho mais. Agora eu entendo ele de outro jeito, faz mais sentido. Salvação é uma palavra que eu achava meio forte, mas não é não. Todo dia a gente precisa de salvação das coisas da vida, das coisas da nossa cabeça. As estradas cheias de curvas são assim mesmo, as luzes cegam porque a gente olha direto pra ela. Essa mania de olhar direto pra ela.  Nem quero falar do fogo in your heart that is out porque dói no meu próprio heart e eu nem tenho nada com isso. Eu nunca tenho nada com isso, aliás. Se eu fosse uma pessoa mais de boas, acho que minha vida ia ser um tédio. Mas não sou de boas e tenho fósforo.  Daí que o Liam também dá aquele toque, é só querer ouvir. Já era pra eu saber de alguma forma o que eu tenho que fazer. Ou o que eu não tenho que fazer. Só que falar é fácil, né Liam, seu arrombado*. A gente escuta as instruções lindamente aqui em cima, mas meteu a cabeça dentro da água, esquece tudo. Freestyle. E a