Posts

Showing posts from December, 2015

síndrome do coração fantasma

Momento segredinho aqui pra vocês, que eu acho que é legal compartilhar esses sentimentos leves e tranquilos: desde que meu pai morreu parece que eu não sinto mais dor. Eu disse, é coisa leve. Papo de boteco. Mas é mais ou menos isso que eu tô passando. Existe uma dor que é física, de doer mesmo, que você sente e não tem habilidade de fazer parar. Desesperador. Nem tô falando de dor de bater o dedinho na quina do armário. É saudade, tristeza, essas coisas. Essas coisas doem mesmo, fisicamente. E é exatamente essa dor que eu não sinto. Porque tem a outra, a dor social, a dor que é consciente, uma resposta consciente a uma situação determinada. Essa dor eu ainda sinto porque minha racionalidade não foi afetada pela tragédia. Então, quando uma coisa que deve causar dor acontece, eu respondo a ela conscientemente com dor, mas uma dor que não dói. E vocês não sabem (eu espero) o quão dolorido é isso. Saber que você está triste, abatida, chateada, em luto... mas que você consegue fazer pa

o amor me pegou

Image
Queria falar de amor. Mas não exatamente do meu amor, que eu sinto e que eu recebo. Queria falar do amor que eu vejo, que eu assisto todo dia. Queria contar pra vocês como é a sensação de perceber e testemunhar o nascimento e o florescimento do mais nobre dos sentimentos. Queria falar, inclusive, que o mais nobre dos sentimentos é o amor.  Queria misturar com Freud, amor e Freud. Mas não exatamente com o que o Freud dizia do amor, porque eu sei lá muito bem explicar isso aí. Queria falar de identificação, que eu aprendi como sendo a dor que eu sinto aqui só de ver a dor que tinha aí, porque o aqui e o aí são todos aqui. A identificação - underated nesse mundo que pira nas polêmicas do Sig - explica o amor fazendo bem também até pra quem não é o amor d' O amor . O amor que explode aí cai aqui, cai em todo mundo. Gera mais amor de volta pro amor. Queria falar sobre sentir o amor, sobre a beleza inebriante de estar na presença do amor. Queria falar da felicidade indescritível que

não penso, logo

Você gostou que o Cunha aceitou o pedido do impeachment, você não aguenta mais a Dilma . Você não pensa que isso é uma manobra dele para adiar a própria investigação. Você não pensa que de todos os quase 8 bilhões de pessoas do mundo, o Cunha é o último apto a julgar alguma improbidade. Você não pensa que o impeachment machucaria a democracia de forma irremediável. Você não pensa.  Você acha que o prefeito é um babaca que fica pintando a rua de vermelho pra ninguém usar bicicleta. Você não pensa que a malha cicloviária vem antes da galinha. Você não pensa que o transporte é um direito e o carro é um privilégio. Você não pensa que as ruas foram feitas para todos. Você não pensa em como estará o trânsito e a poluição do ar daqui 15 anos se nada for feito. Você não pensa. Você não tem opinião sobre as escolas ocupadas porque seu filho estuda no Dante. Você não pensa que paga mais de 3 mil reais por mês por causa da precarização do ensino público e que deveria estar também preocupado