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Showing posts from September, 2009

on air

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Eu sempre tenho essas opiniões de gente imediatista, que nunca faz planos longos demais e não gosta muito da idéia de se manter na mesma idéia por muito tempo. Assim que é o certo, se você for pensar. Meu pai sempre diz: quer fazer Deus rir? Conte a Ele seus planos. Porque as coisas todas mudam e gente, pensa, senão o tanto de bailarina e bombeiro que ia ter nesse mundo. Ainda bem que é assim. Algumas pessoas, no entanto, pensam diferente. Porque são de outro signo, outra criação, outro tipo de tombo do berço. Essas pessoas são as que planejam, que pensam nas conseqüências de cada ato mínimo e que, por bem, não fazem essas coisas meio imbecis que eu faço as vezes. São pessoas que tendem a se foder menos, mas a sentir menos emoção também. Eu tenho uma irmã meio assim. Aí vem o tempo, né gente? O tempo age nas cabeças mais duras. A água realmente tanto bate até que fura. O cansaço vence. E a minha teoria é que essa vida é meio filhadaputa e tem muita coisa chatinha e irritantezinha que a

Serviço de Utilidade Pública

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Aproveitando a onda de reclamações e posts revoltosos que anda aflorando pelo Pedaço, venho trazer informações para você, amigo leitor, que sempre quis trabalhar em navio. Primeiro que sempre quis trabalhar em navio é uma frase difícil de engolir porque ninguém sonha em ser garçom, camareiro, animador, faxineiro. Ninguém escrevia sobre o sonho dourado de não ter folga nas redações da escola. Ninguém desenhava um naviozão quando tinha 4 anos e escrevia EO CUANDO CRESSER. Eu disse ninguém. Portanto, não fode. Mas enfim, você ouviu dizer que ganha bem, que é puro glamour, que rola de conhecer vários lugares legais e você decidiu que é seu sonho. Ótimo. Antes de mais nada, saiba que não existe UM CONTATO com o navio. Porque o navio, na verdade, são vários. São váááárias armadoras que têm váááários navios e você poderia trabalhar em qualquer uma delas. Pedir o 'contato do navio' é a mesma coisa que chegar no segurança do shopping e perguntar 'onde é a loja?'. QUE LOJA, MEU
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Hoje a temperatura caiu, sei lá, 3 graus e a bonitona aqui já começou o dia espirrando. Um dia estranho, aliás, rico em trabalhos de filosofia, brigas com o dreamweaver e um silencinho a mais na sala. Mas tudo bem, porque você começa a pensar né? Eu nasci em abril de 1988, estudei 9 anos no SESI, fiz 3 anos de natação e 80 horas de teatro. Cresci numa família bonita que viajava toda hora pra ubatuba, onde eu adorava brincar na praia até o sol se por e a gente ir almoçar. Sim, almoçar. E fui crescendo, virando gente, comecei a trabalhar pra pagar a faculdade. Trabalhei em laboratório de química, empresa de perfumaria, escola de inglês, empresa doida de software, hotel, navio, puteiro, buffet (não, buffet não), casa, evento, praça, bosque e o caralho. Nunca fui de estudar muito mas sempre fiz trabalhos legais e me dei bem nessas coisas acadêmicas. Dia 14 de novembro tô formada. Isso tudo pra um dia ser uma publicitária, aeromoça, cruise director, modelo, atriz, bailarina, bombeira ou se

no you don't know what is like

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Eu acho bem feio essa coisa de ficar dando as coisas pra quem é pobre. Que o prefeito foi lá entregar uns apês pra uma galera que morava na favela e todo mundo acha lindo né? Quer dizer, a pessoa num paga escola, luz, água, comida, gás nem porra nenhuma. Constrói no terreno de alguém de qualquer jeito. Lá fica ilegal até vir a prefeitura e DAR UM APARTAMENTO? Tipo, ok, tem gente na favela que trabalha que nem um filhodaputa e tudo mais, eu sei. Mas tem também muita gente que não faz é porra nenhuma da vida. E não gasta com nada porque o governo dá tudo. Isso é resolver o problema? Não é. Porque aí que o malandro num se manca mesmo. Ah gente, desculpe o egoísmo do berço de ouro aqui, mas num tem como ter as coisas, não tem que ter. Foda-se. Lei da selva, meu rei. Num güenta o tranco, muda pra Manaus e vai tomar no cu. Ainda na vibe de reclamar, continuei remoendo meu ódio por essa juventude desvirtuada e pseudo-triste, que passa os dias a sofrer com sei lá o quê. Aí pensei mais nos emos

se você é jovem ainda...

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Observando os grupos estereotipados de jovens que habitam este pequeno planeta, as vezes sinto quase dó. Alguns desses grupos são compostos por pessoas que não têm mãe, gente. Porque num é possível uma mãe deixar o filho que saiu de sua própria buceta pessoa chegar ao ponto de auto-fodeção que eles chegam. Ok, algumas pessoas bebem mais que outras. Algumas pessoas escolhem o caminho das drogas. Algumas pessoas preferem não tomar banho. Mas tudo junto, todo dia, desde cedo? Ô negada! Pera aí. Não tô aqui pra servir de exemplo de saúde pra ninguém - não eu gordinha que almoço 3 vezes por dia e como mais doce que as próprias formigas de picnics. Só que quando você começa a perceber que o ambiente constante de sua alegria só tem álcool e drogas, é de se pensar que talvez a coisa não vá ficar bem por muito tempo. Pense em quantos velhinhos drogados boêmios você conhece. Não mais que três, aposto. Isso não é porque as pessoas padecem e morrem nessa vida desregrada não, relaxa. As pessoas si

mac'n cheese

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As coisas vão caminhando meio que sem tanta importância quando a gente trabalha. Porque é, enfim, a lua está linda, a novela é nova, as plaquetas subiram mas de qualquer forma a gente tem que acordar cedo amanhã. Não dá muito tempo de saborear cada acontecimento como eles merecem. E eles também não simplesmente esperam o final de semana para aparecer, como seria o certo. Aí o dia passa, você termina a cartilha e fica tudo bem. Tá tudo bem. Começo a pensar nas coisas que vêm por aí, no verão e no mar, na formatura e na europa, na próxima vez que eu vou no sushi da rebouças. Porque o sushi da rebouças é de longe o melhor lugar do mundo. Não só pra comer sushi, mas pra se estar. Eu sou bem tratada lá. Eu sempre estou feliz lá. Eu amo lá. E cada dia é um sofrimento de saber que não é dia de ir lá. Pior - todo dia eu passo por lá. Não vai demorar muito e eu vou ter aquelas crises de autista e vou eu mesma sozinha no local, comer sushi sozinha de novo. Vou à falência, aliás. Mas vou feliz. E

O Vestiário

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Eu não tenho a intenção de retratar um momento do jeito que ele aconteceu pois seria algo totalmente inútil de se fazer. Você não saberia o que eu senti nem que eu fosse a melhor escritora do mundo. E mesmo que de alguma forma eu te fizesse entender, não valeria a pena. Sentir foi a melhor parte. Também não quero fazer propaganda, apologia, alarde nem escândalo. Não quero que todos saibam, só quero falar. Só quero que eu saiba, que eu lembre daqui um tempo tudo o que se passou. Porque os detalhes se perdem no tempo e são justamente eles, os detalhes, que eu quero lembrar. Isso porque as coisas mudam muito rápido e um dia eu posso estar puta comigo mesma por ter me sentido assim meio idiota. Aí eu vou lembrar dos detalhes e vai ficar tudo bem. Ou então eu vou querer saber quando foi que a vida ficou boa de repente e vou saber que foi aquela noite. Aquelas noites. Só quero dizer então que começou com a mordida e ali eu já sabia que a briga ia ser feia. A intensidade, velocidade e rumo da

O Conceito

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Ninguém trata suas paixões com atos de generalismo. Seu livro favorito fica em um lugar especial da estante, do lado daquele porta-retrato que você gosta tanto. Porque ele é o favorito. Você tem uma vida social que está inserida em alguma rede social, digamos o orkut. Lá você disponibiliza informações e fatos sobre sua própria pessoa para que os outros te conheçam e reconheçam, para que haja comunicação e exposição. Lá você se mostra como um todo, quem sou eu, qual meu prato favorito. As fotos são de todos os tipos, pra todo mundo ver que você é bonito, que você foi pra Austrália, que você gosta de beber. Lá você coloca tudo que é foto, tudo que você faz, tudo que viveu, todos os livros. Aí tem o lugar especial na estante, onde seu livro favorito está, o flickr. No flickr você coloca paixões em forma de fotografia. Tem aqueles que tem o fotografar como paixão, forma de expressão, arte. E aqueles que, como você, têm um carinho todo especial pela fotografia do puddle gordinho mordendo o

The Wedding

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O meu casamento vai acontecer numa igreja normal, em São Paulo mesmo. Não precisa ser essas coisas em sítio, praia, caverna, sei lá. A decoração vai ser de flores e tal, nada de hologramas ou coisas circenses. Vou chegar num carrinho bacana, mas que nem toda noiva. Meu vestido vai ser um escândalo, meu cabelo vai estar deslumbrante e, sério gente, eu vou estar absoluta e maravilhosa como vocês nunca viram - mas imaginam que eu possa ficar. Porque né? Convenhamos, eu sou gata pra cacete. De qualquer forma, vai ser um casamento bem tradicional em alguns pontos. Mas em outros... Primeiro que pode parar com isso de marcha nupcial. Ah não, criatividade pra quê? Eu bem vou entrar na igreja ao som de Pretty Woman! Minha vó já vai ficar puta daí porque ela vai falar que é música de puta, por causa do filme. E é, aí que tá! E eu vou entrar dançandinho, claro, daquele meu jeito todo especial, usando os cotovelos e rebolando um pouquinho. Um pouquinho, tá? Eu num vou chegar no chão chão chão, r

Soren Lorenson

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Tem essa dor generalizada no meu corpo, que se encosta dói. Principalmente nas costas e nas juntas da perna. E tem sempre um bonito que quer fazer massagem né? Se encostar dói, apertar dói mais. Ficadica. Parece aquelas dores de gente que num se mexe e de repente corre uma maratona sabe? Mas já faz uns dias que tá assim, será que eu tenho que alongar antes de ir trabalhar? Porque sim, voltei a trabalhar. Minha mãe num gosta muito da idéia porque ela diz que eu num tive alta ainda. Bueno, e quem paga minhas contas? O barãozinho da Cásper todo mês aí. Enfim, fui pra wme fazer o que eu gosto no assunto que eu mais gosto. Juntei a fome com a vontade de comer sushi. E as coisas estão indo bonitamente, apesar do pc lixo que eu levei. Preciso de um notebook, Soren. Aí que eu vivi o maior drama essa semana com a história da Royal. Sim, porque teve a entrevista em inglês por Skype na quarta e doze segundos depois eles me ligaram que eu passei. Tipos que meu, eles devem estar desesperados. Porqu

independence day

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É uma sensação no mínimo confortável. Você embarca com as suas malas, as suas coisas, sua pompa e independência, todo se achando uma pessoa grande que vai morar sozinha. E vai. Com pessoas novas que você nunca viu e tudo mais. Vai ter que lavar suas próprias roupas e volta pra casa a hora que bem entender. Passa seu super cartãozinho para comprar tudo que quer. Ganha bem, fica bem na fita. Mas você, na verdade, é uma criança. Sim, porque eles vão arrumar sua cama e conferir se você não está largando sujeira por aí. Eles vão te dar café, almoço e janta. Eles te dão a certeza de ter onde dormir e te dão bronca se você fizer alguma coisa errada. Você sai por aí com seu óculos escuro e sua ginga pomposa, mas eles falam pra você voltar logo. E você volta. Você tem um emprego, um salário, tem cama, comida, tem alguém cuidando de você, responsável por você. Aí que está, na verdade. Tem sempre alguém lá responsável por você. Que vai tomar suas dores, vai te causar dores, vai te proteger. Você