independence day

É uma sensação no mínimo confortável. Você embarca com as suas malas, as suas coisas, sua pompa e independência, todo se achando uma pessoa grande que vai morar sozinha. E vai. Com pessoas novas que você nunca viu e tudo mais. Vai ter que lavar suas próprias roupas e volta pra casa a hora que bem entender. Passa seu super cartãozinho para comprar tudo que quer. Ganha bem, fica bem na fita.
Mas você, na verdade, é uma criança. Sim, porque eles vão arrumar sua cama e conferir se você não está largando sujeira por aí. Eles vão te dar café, almoço e janta. Eles te dão a certeza de ter onde dormir e te dão bronca se você fizer alguma coisa errada. Você sai por aí com seu óculos escuro e sua ginga pomposa, mas eles falam pra você voltar logo. E você volta. Você tem um emprego, um salário, tem cama, comida, tem alguém cuidando de você, responsável por você.
Aí que está, na verdade. Tem sempre alguém lá responsável por você. Que vai tomar suas dores, vai te causar dores, vai te proteger. Você tem pra quem reclamar, mesmo que as vezes não seja ouvido. Você vai ter aquela figura lá pra quem você pede um favor, com quem você fica PUTO, que te fode e te ajuda, mas enfim, está lá.
Essa é a magia de embarcar. Você vive perigosamente saltitando nas linhas do absurdo, da farra e do impensável. Mas tem um naviozão lá pra chamar de seu!