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Showing posts from May, 2015

Diário dos Sonhos

Primeira parte: Da primeira parte eu lembro pouco. Lembro que estava no navio e a gente tinha acabado de enfrentar uma puta tempestade e no dia seguinte eu vi no deck externo que algumas pessoas meio que moravam alí, montavam barracas e tal. Primeiro eu achei muito legal, depois eu fiquei pensando em como eles sobreviviam às tempestades... porque não é possível! Depois, dentro do navio ainda ou já no Alasca, não sei, tinha uma senhora vendendo umas pedras que a gente podia pintar por cima e depois ela fazia chaveiro com aquilo. A Nurse tava quase terminando o dela, que era enorme. Antes de eu começar o meu, a gente perguntou o preço. Variava de acordo com o tamanho da pedra mas era mais ou menos 500 reais. Achei absurdo, não quis fazer. Minha mãe achou de boas, daria pra pagar. Mas eu não quis mesmo assim. Chegando em Skagway ou Ketchican no Alasca, falei pra minha mãe que queria comer o crepe de chocolate que eu sempre comia na loja x, que era só subir a rua. Ela ficou com preg

o carrossel dos troxa

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O mundo é um carrossel onde as pessoas são cavalas que gostam de maçã. Elas sobem e descem - a gente sobe e desce (eu também sou pessoa) e vai girando que nem troxa. O mundo é um lugar de gente troxa e ser troxa as vezes me enjoa. The carousel never stops turning, you can't get off , já diria Ellis Grey. You can't get off do movimento troxificante, por isso we are so troxa. I am very troxa. Mas ainda que, de vez em quando, eu consigo fazer a mágica louca de enxergar o carrossel girando como quem olha de fora, e vejo minha cara-cavala passando vertiginosamente pelo mesmo lugar que eu já passei algumas vezes. A coisa muda, na vida, mas está sempre girando em torno de um eixo. Então é inevitável que a gente sempre passe pelo mesmo lugar, de quando em quando.  Aí que eu estou passando por um lugar que eu já conheço, muito parecido com um outro lugar onde eu vivi com a maior intensidade de todas. Eu estou em um contexto muito quase igual àquele outro contexto tão importante e m

por que eu nunca mais escrevi?

Não sei, cara, acho que eu legitimamente não tenho tempo. Fazia muito tempo que minha vida não se encontrava em uma configuração onde eu realmente não tenho tempo. Tenho brechas na semana, que eu uso para estudar ou, quase sempre, ir à praia, Mas ninguém acho que tem tempo para escrever, não mais do que a gente tem tempo pra escovar os dentes. Não é isso. Deve ser falta do que falar, o que também não soa legal. Porque eu tô o dia inteiro opinando, julgando, mudando de ideia sobre tudo. Ando vivendo várias coisas legais que seriam ótimas de se contar naquele esquema de crônicas do dia-a-dia. Só que sei lá, ando produzindo coisas pequenas que viram posts no facebook. Não consigo mais pensar em mais de dois parágrafos. Emburreci. Então é isso. Se você achava que ia ter uma reviravolta de esperança nesse texto, eu também achava. Mas não, é isso mesmo.  Acho que aceito sugestões de como sarar dessa crise. Aceito sugestões de temas. Aceito dinheiro também.