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Showing posts from 2011

Feliz 2012

Olha 2011, eu não tenho nada do que reclamar não. Você foi bem gentil comigo, assim como a maioria dos outros anos que vieram antes de você. A coisa tem sido meio que crescente em termos de qualidade. Mas de um jeito que o começo não foi ruim, foi necessário. Não sei se estaria aqui hoje (no sentido figurado) se eu não tivesse passado por tudo que passei, aprendido tudo que aprendi. E eu aprendi coisa, hein! Das formas mais diversas, gradativamente mais amenas. Hoje eu sinto quase que vergonha de pedir qualquer coisa que não seja o mesmo de hoje, que fique tudo igual. Porque o igual fica cada vez melhor naturalmente e pra mim já está jóia. Não preciso ganhar a mega da virada para ser feliz em 2012, embora eu tenha jogado. Eu já tenho minhas maiores riquezas e foi 2011 que me ajudou a ver isso. E se tenho que pensar no progresso, torço para que eu e vocês tenhamos saúde e fé. Consciência para ver e valorizar tudo de bom, força e sabedoria para entender tudo de ruim. E cachaça para ambos

amigs!

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Eu tenho amigos pra cacete. Tenho amigos de longa data que seguem comigo até hoje. Tenho amigos que eram amigos irmãs de amigos e agora são amigos meus mesmo. Tenho amigos que são da minha família, que parecem comigo, que têm o mesmo sobrenome. Tenho amigos antigos que eu mal vejo hoje em dia, mas que continuam sendo meus amigos. São os amigos das escolas todas da vida, que mudaram de escola ou de vida, mas que não mudaram o tamanho do pedaço que ocupam no meu coração. Amigos assim que eu admiro, que eu sinto orgulho. Amigos que são amigos mesmo depois de voadoras nas costas, que compartilharam o melhor show do melhor dia, amigos de brisas sem fim num ônibus que não andava.  Eu tenho amigos de rodas cantadas, que eram cantadas nas quadras e nos bares, nos lounges e nas ruas. Amigos que vestem a mesma roupa, amigos da mesma classe. Amigos que eu levo comigo no sentido figurado e no sentido literal: levo mesmo, onde for, como puder. Eu tenho amigos do navio, que é quase uma vida paralel

merry christmas and happy new fucking year

Penso que o Natal seja um conglomerado resumido de um ano inteiro. Não pelo sentido religioso ou histórico, as pelo que se vive hoje, sociologicamente falando.  Assim sendo, desejar um feliz natal é desejar que você tenha tido um ano bom. Ou que pelo menos as coisas tenham se acertado agora no final. Você não tem um ano de merda e passa bem o natal. Portanto estou aqui para verdadeiramente desejar um feliz natal. Não esse de agora porque esse já foi. Quero desejar que o próximo natal seja bom, um resumo intenso de um ano bom. Pode-se dizer inclusive que estou desejando feliz ano novo, né? E felicidade , pelo menos pra mim, se resume em duas coisas: saúde e pessoas. A saúde a gente controla quase nada. Tem que ter fé, simplesmente. Também para que as nossas pessoas tenham saúde porque o que passa com as nossas pessoas a gente sente igual. Ou mais. As pessoas são o fator controlável da felicidade. A presença e a qualidade delas só depende de nós mesmos. Elas são o reflexo do que somos n

embora

E eu passei aí uns dias me perguntando se você jamais chegaria. Agora me pergunto se você não vai embora. Você foi tudo aquilo que eu imaginei que seria. Você foi o príncipe, você foi encantado, você foi amado, você foi embora. Foi embora dali, nunca embora de mim. E embora tivesse ido, eu seria um só vazio. Mas embora não foi. Foi embora do quarto, muito embora esteja aqui.  Pois fique ou vá embora. Não, não vá embora.

dos tipos todos das saudades minhas

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Estive cá pensando nos ingredientes que fazem a boa e mala saudade, essas saudades todas que eu sinto. Porque elas são assim distintas, meio parecidas e nada parecidas umas com as outras. Uma saudade minha é a que me faz sentir falta do conforto. Não do sofá ou da cama! Do conforto que é a família, só a família dá. Conforto do chinelo e do cabelo bagunçado, da comida gostosa e da simplicidade do pijama. Saudade da preguiça que eu já nem sinto mais. Saudade da compreensão é uma que bateu forte desde que eu fechei o portão. De não ter que explicar nem me explicar. De não tentar entender sozinha o que não se pode entender nem em duas. E a saudade de rir das mesmas coisas porque só quem entende ri junto. E rir junto é mais poético que propaganda de banco no final do ano. Rir junto é foda. Dig Din. Dig Din. Mas hoje eu entendi que tem também a saudade da confiança, que é quando a gente esquece o que é ter dúvida. Não sei se te conto, não sei se você vai me achar besta, não sei se você vai

That Chocolat

Once upon a time there was a little fat girl who ate a chocolat. She has eaten chocolat before but nothing compares to that chocolat. That chocolat was amazing in a way that it would be impossible to describe in this story. That chocolat was the best chocolat she ever tasted. The taste, the smell. The best. The thing is that shortly after she discovered that sweet piece of paradise, they simply stopped the selling in Brazil. It was now being sold exclusive in England and only english fattys could bite that chocolat . And the girl could try to import that chocolat but it was a price that she could not pay. What happened next is a bit sad: the girl never got happy about a chocolat ever again. Is not that she stopped eating chocolat, no. Not the case. But she never felt so happy and satisfied with a chocolat ever again.  The taste, the smell... The Sad End.

vazio pero no és?

O negócio anda meio parado mas é tudo uma fase de transição. É complicado se acostumar, é difícil inserir uma nova rotina, novas pessoas. Ah, as pessoas... que falta me fazem as minhas pessoas! As de todo dia, as boas e ruins. Como é estranho o começo, como é vazio. Porque estou sem a minhas pessoas mas no mesmo lugar. Passo pelos mesmos corredores, como a mesma comida. Mas sem as minhas pessoas. Sinto saudades de quem eu já sabia que sentiria. Me dói até ver as stripes em ombros alheios, ombros baixinhos, ombros mau humorados. Sinto saudades de trazer comida pra dentro, sinto saudades de tomar café da manhã. E sinto saudades até de quem não deveria sentir. Só das risadas, prometo. Mas sinto. Sigo meio carente, meio vazia. Mas na Itália.  Pior seria estar carente e vazia em Guarulhos, né não?

fim de "férias"

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Na verdade mesmo, eu não tenho do que reclamar: minhas férias beiraram a perfeição. Não saí pelo mundo mas até que viajei um bocadinho. Fui pro sul (alô Mel!), fui pra praia. Fui pra Osasco, Guarulhos. Fui pra Santos muitas muitas vezes. E quando não fui, Santos veio até mim. Na mais pura lindeza das resposta das quiança! Tive dias incríveis, engraçados, sensacionais. Já disse e repito: aprendi demais. Sério, chega a ser irônico aprender tanto assim nas férias né? E cresci pros lados , amadureci. Talvez vocês nem percebam porque num muda muito na convivência. Mas só eu sei como tá mais fácil ficar sozinha comigo o dia inteiro. Vou sentir saudades do marasmo. Do dolce far niente . De rir das pessoas que trabalham. Porque se antes todo dia era sábado, agora todo dia é segunda!

lições de uma temporada

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Um dia, logo no começo da temporada, da minha primeira temporada, tinha uma menina e uma mulher conversando perto de mim. Elas eram cantoras, dividiam cabine e falavam sobre um sabonete. Tinham que comprar um sabonete porque as duas coincidentemente esqueceram de trazer, estavam tomando banho com shampoo há 3 dias. E eu, na minha primeira temporada, desconsiderei que haveria a possibilidade de encontrar um mercado no meio do caminho e levei tudo para durar 3 meses. Então eu tinha bastante sabonete. Disse a elas que daria um sabonete. E elas não me conheciam, eu não conhecia elas mas pô! Eu tinha muitos sabonetes... Mais tarde, naquele mesmo dia, levei no teatro um sabonete pra elas, que estavam ensaiando. Ficaram extremamente agradecidas com a minha generosidade e eu fiquei extremamente inconformada com os agradecimentos delas porque, gente, é um sabonete! Hoje, aquela menina e aquela mulher são duas das minhas melhores amigas. Das que eu vejo de vez em quando, falo de vez em quando, m

W.W.N.D

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Era uma vez uma escola. Lá nessa escola a professora me ensinou que pimenta não é tão ruim assim e que cozinhar pode dar certo. Me ensinou que existe o subway e que é gostoso lá também. Me ensinou que eu tenho que me valorizar de verdade, que ciúme é bobeira, que ajudar minha mãe é uma tarefa interminável. Ela me ensinou também que a gente tem que jogar coisas que a gente não usa no lixo, ou dar pra alguém. E que dar pra alguém não é tão simples quanto parece. Que não interessa o grau de insanidade, economizar dinheiro é importante sim.  Pensar antes de falar é importante sim. Sair bem vestida é importante sim. Agora, estacionar engatado não é importante não. A professora me ensinou que o ser humano pode ser ruim às vezes e às vezes o ser humano pode ser bom, mas talvez não beba leite. Também me ensinou que se esquentar a torta de banana, fica boa. E que eu sou linda, mas posso ficar mais ainda. Essa professora me falou das maravilhas de se pagar um carnê em dia e me fez entender que

os dez passos de claudya

Solteiras do meu Brasil, alegrai-vos! Todos os seus problemas serão resolvidos, o encalhamento acabará e você nunca mais precisará do travesseiro extra para ter o que abraçar! Sim, é isso mesmo! Sua mãe vai parar de sofrer e suas tias vão parar de perguntar. Você finalmente vai arranjar um homem pra sua vida e, com esse método infalível que apresentaremos agora, você terá um longo e próspero relacionamento, não somente o clássico one night only. Como tudo que roda nessa world wide web, o milagre de hoje veio do Terra, desta matéria . Mas não clique, não precisa. Vou colocar ela integralmente aqui e explicar pra vocês, para que não haja interpretação errada dos passos, ok? Como ganhar um homem em dez passos; confira "Como perder um homem em dez dias" virou assunto de filme, mas a produção só fez sucesso porque os pombinhos terminam completamente apaixonados no final. Afinal, perder alguém não é algo que motive a consulta a um manual de instruções. Já o passo a passo para co

triste preguiça

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A forma como você vive é total e absolutamente definida por nada além da preguiça. Sim, a preguiça. Porque, em tese, tudo que é muito fácil é ruim. O que eu chamo de fácil deveria ter recebido uma pré-definição mas eu explico agora: fácil é tudo aquilo que não vai contra a corrente. É mais fácil ter um trabalho que condiz com o esperado, é mais fácil não falar as coisas que estão no coração, é mais fácil odiar, é mais fácil reclamar e culpar alguém. Refletir, relevar, procurar e achar o lado bom das coisas é difícil. Fazer alguma coisa seguindo sua vontade é muito mais difícil do que se sucumbir às leis do certo que alguém algum dia definiu. Exige coragem, exige que você mate a preguiça. O que eu quero dizer, em resumo ilustrado, é que é muito mais fácil chegar em casa morrendo de sono e deitar no sofá do que se forçar a subir escadas, tomar banho, preparar a cama e deitar. Você sabe que se dormir no sofá, vai acordar com um mal estar tremendo e dores pelo corpo. Mas não tem corage

lucky bitch

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Eu tenho a sorte de querer muito uma coisa mas se essa coisa não acontecer, todo o resto é maravilhoso também. Eu tenho a sorte de não ter medo das ironias do destino, das lições que a vida há de dar. Eu tenho a sorte e a consciência de ter feito exatamente tudo que eu podia e quando você faz tudo que pode, tem a sorte de sentar e esperar, simplesmente. Eu tenho a sorte de uma saúde incrível, que é muito mais do que não ficar doente. Eu tenho a sorte de estar rodeada de ares enfeitiçados e abençoados, que curam a mente pra que a mente cure o corpo. Eu tenho a sorte de saber dessas coisas, tenho a sorte de ter alguém que me conte sobre isso. Eu tenho a sorte de não ser uma ameba. Eu tenho a sorte de acreditar. Eu tenho a sorte, a melhor das sortes, de ter uma família gigante, uma família espetacular. De pessoas com as quais eu compartilho a cor do olho, o sorriso, o cabelo ruim, o jeito, os churrascos.  Pessoas que eu compartilho a roupa branca e o gosto musical. Pessoas que eu compart

first world problems

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A vida é um conglomerado de problemas insolúveis. E quando a gente acha que não pode piorar, chove. =/

set in stone

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Gente que tem opinião formada, concretada, set in stone, é um dos tipos de gente que mais me angustia, que mais eu evito conviver. Que mais eu não quero me tornar. São pessoas que carregam o fardo da resposta pronta, da fundamentação do que dizem. Não conseguem conversar e enxergar a beleza de uma outra opinião. Toleram, aceitam. Mas porque deve-se aceitar que existem pessoas erradas, burras, inferiores. Quase sempre têm razão mas não sabem apreciar a magia do quase.  Ficam presos nas próprias regras e,  portanto, vivem frustrados na mais triste das frustrações: a negada, não-assumida. É um armário que é uma penumbra e eles nem pensam em sair de lá porque se o fizerem, estarão traindo seus princípios. E gente que tem opinião formada trai pai e filho, nega cristo 9 vezes diante do espelho, conta quem comeu um pedaço do gato, mas não trai seus princípios.  Me causam emoções misturadas porque nada têm que me faça mal. Mas me causam repulsa e dó. São minha fraqueza, são o ponto onde eu

dias normais

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Queria escrever no blog mas não consigo. De alguma forma eu acho que tenho que ter alguma coisa relevante para contar, alguma opinião diferente para expressar, uma reclamação recorrente pra fazer. E não tenho nada disso agora comigo. Porque tudo está na mais perfeita normalidade, na mais perfeita calma. Quando alguém me pergunta e ai? tudo bem? eu respondo sinceramente: tudo. Tudo está bem. Tudo normal. Uma fase tranquila, dias legais, pequenos prazeres, pequenas alegrias. Que são pequenos só em relação à história da humanidade, na verdade. Pra mim, são gigantes. Coisas normais. Pode ser que daqui uns dias tudo mude. Amanhã ou a qualquer momento, tudo que eu tenho como certeza hoje pode mudar. São dias normais que podem virar o melhor dia ou o pior dia. Dias normais que podem virar feriados pessoais. Dias normais que podem virar começos de histórias. Mas que, por enquanto, são só dias normais. Que eu ando tratando de aproveitar tanto quanto posso. Porque sei que, quando os dias vira

dias normais

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Queria escrever no blog mas não consigo. Porque de alguma forma eu acho que tenho que ter alguma coisa relevante para contar, alguma opinião diferente para expressar, uma reclamação recorrente pra fazer. E não tenho nada disso agora comigo. Porque tudo está na mais perfeita normalidade, na mais perfeita calma. Quando alguém me pergunta e ai? tudo bem? eu respondo sinceramente: tudo. Tudo está bem. Tudo normal. Uma fase tranquila, dias legais, pequenos prazeres, pequenas alegrias. Que são pequenos só em relação à história da humanidade, na verdade. Pra mim, são gigantes. Coisas normais. Pode ser que daqui uns dias tudo mude. Amanhã ou a qualquer momento, tudo que eu tenho como certeza hoje pode mudar. São dias normais que podem virar o melhor dia ou o pior dia. Dias normais que podem virar feriados pessoais. Dias normais que podem virar começos de histórias. Mas que, por enquanto, são só dias normais. Que eu ando tratando de aproveitar tanto quanto posso. Porque sei que, quando os di

dream of a wonderful magic

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Eu já tinha ouvido falar desse filme. Quem assistiu falou bem, ele é famoso, aclamado pela crítica. Tem milhares de fãs, todo mundo conhece. E eu já tinha ouvido falar sim, mas ainda não assisti. Na realidade, nem o trailer eu tinha assistido. Porque o trailer é um conglomerado de imagens e sons que têm a capacidade alienígena de te fazer babar e ficar com muita muita vontade de assistir o filme. E se você não pode assistir o filme depois de ver o trailer, rola uma frustração sem tamanho. Você acaba voltando pro cinema europeu e tenta esquecer que existe Orlando. Por isso eu nem tinha visto o trailer. Mas ontem eu vi. Várias vezes, uma atrás da outra. Todas as cenas e possibilidades gravadas na minha retina, vivíssimas no pensamento. Sonhei com o trailer. E agora mal posso esperar para ver o filme completo, ter a experiência toda. Fiquei mais feliz ainda de saber que gente que é sangue do meu sangue já vai assistir, vai viver o sonho da maravilhosa mágica. Aliás, dona Karen, o sonho é

blank page - até quando?

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Na faculdade a gente tinha uma aula de Criação. Que eu, particularmente, considerava um total absurdo. Não se coloca criatividade na cabeça de alguém. Mas de qualquer forma, eu entendi o propósito da aula: ajudar levemente os que já possuíam o dom. E o primeiro sintoma de uma pessoa criativa é ela dizer que isso é um dom . Tem que ter muita criatividade pra viajar na batata com essa intensidade, né? Enfim, as aulas de Criação (que agora me ocorreu que elas poderiam ter sido ministradas por DEUS ALMIGHTY kkkk) foram de alguma utilidade. Um dia falou-se do terror que é a página branca. Que bate mais ou menos com o que eu escrevi ontem, sobre a dificuldade de tirar as ideias do cocuruto. Porque esse medo bloqueia a mente, que atrofia. Pessoas acabam na sarjeta da rua das lamentações por causa desse bloqueio, por causa da blank page. Eu mesma já me encaminhava para os arredores da desistência, porque tenho uma ideia na cabeça e nenhum poder nas mãos. Pois uma frase de poucas palavras e nen

tivo um ideia

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Genial a pessoa que teve a ideia de representar uma ideia com uma lampadinha acendendo. Porque é exatamente assim que acontece. Como se meu cérebro fosse uma casa com um monte de quartos cheios de coisas. Mas muitos quartos mesmo. Só que eles são todos escuros e não dá pra ver o que tem dentro. Daí eu fico entrando nos quartos perdida, sabendo que tem coisa lá, coisa boa, coisa que eu posso usar. Só que tá tão escuro que eu não consigo enxergar. Sei que tá ali, mas não enxergo. Aí, uma luz. Uma luz se acende e ilumina tudo. Às vezes a luz acende bem no quarto em que eu estou. Às vezes é no quarto do lado. Outras vezes em outro andar, outro setor, outra unidade, senhora. E eu corro até lá pra ver o que tem no quarto. E pode ser que lá só tenha uma coisinha pequena e, a partir dela, um monte de outras coisas entrelaçadas vão aparecendo. Um plano, uma história. Um ideia. Mas outras vezes, como ontem, a luz acende em um quarto que tem muitas coisas, muitos outros quartos dentro do quarto.

a little bit of heaven

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Muitos filmes me fizeram chorar. Na realidade, eu choro com propaganda do submarino, choro com música, choro com novela, com pedido de casamento, com criancinha rindo. Num tem quem diga, mas eu me emociono com extrema facilidade. Só que quando eu digo que eu chorei, é mais ou menos assim: me arrepia a espinha, lágrimas brotam nos olhos e eu sinto aquela batata na garganta. You know the feeling. Dura mais ou menos, dependendo da cena e do dia do mês. Mas acontece com certa facilidade, com muitas cenas. Por isso eu digo que muitos filmes já me fizeram chorar. Mas nunca antes na história desse país eu chorei como chorei hoje. De ter que dar pause pra ir assoar o nariz e pegar lenço. De soluçar. De inchar o rosto. De me sentir ridícula. Não sei dizer se é o monte de coincidência, as frases que poderiam ter saído da minha boca, ou se eu ando meio esquisita mesmo. Não sei se vocês vão gostar tanto, se emocionar tanto. Até porque não é nenhum Titanic, nenhuma super-produção. É bem café-com-le

porrita

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Um dia eu apreendi uma fórmula depois de ter vivido a aplicação errada dela milhares de vezes. Engraçado como essas coisas são né? É que nem tentar descobrir a hipotenusa antes de aprender o teorema. Acho que Deus pensa " vamos ver como eles se viram " e aí se dá merda Ele manda um hint. Remains the Hint , diz Deus. Em inglês britânico. Bom, sou uma alma solidária e vou ensinar pra vocês o teorema antes que vocês continuem errando aí pela vida. É assim: primeiro a gente tem que fingir que tá no The Sims. Finge que cê é um bonequito com aquela porrinha em cima da cabeça, ok? Aí, faz de conta (num sei, nunca joguei the sims) que essa porrinha na cabeça muda de cor de acordo com o sentimento que prevalece no nosso coração. Se o sentimento é bom - amor, bondade, caridade, gentileza, etc - a porrita fica verde. Se é ruim o sentimento - tipo raiva, ciúminho, ódio, dor, fome - ela fica vermelha. Até aqui cês tão acompanhando? Pessoal do fundão, tão prestando atenção? Muy bien mi bie

burrice

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Burrice , segundo o Pichaellis, é uma doença ou estado de espírito em que não sabemos ou passamos a ignorar algo óbvio. É diferente da burrice normal, sem itálico, que é aquela coisa que as pessoas burras têm. Não não, burrice é outra coisa. Burrice dá em gente de todo tipo, inclusive em gente inteligente. E é aí que está o grande paradoxo do absurdo: uma pessoa inteligente com burrice . Você provavelmente já viu um caso assim com algum amigo, parente ou até com você. Como uma gripe que nos toma o direito de respirar pelo nariz, a burrice nos faz parar de enxergar, impede que os neurônios façam suas sinapses e aí dá-se a porra toda. O paciente infectado ou possuído pela burrice começa a ignorar suas características mais importantes e afloradas tais como: inteligência, beleza, caráter, bom humo r e etc. Sim, uma pessoa bonita, que pensa, que tem cultura, que é do bem, evoluída, agora se sente na mesma compreensão e na mesma baixeza que uma outra pessoa desprovida de qualquer uma das

I am here to help you with the load

Wow look at you now Flowers in the window It's such a lovely day And I'm glad you feel the same So just stand up, up in the crowd You are one in a million And I love you so... =) [dá pra ouvir]

o truque

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O segredo que eu vou contar pra vocês hoje é de uma profundidade filosófica inexplicável. Aos que não acreditam que há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã wikipédia, pare de ler esse texto. Vá rir um pouco no memebase , sei lá. Mas não continue. Porque daqui pra diante, só quero energias positivas sendo conhecedoras do meu truque. O truque de enganar o Universo. Para que vocês possam entender um pouco o contexto da situação, o que acontece comigo alguns de vocês chamam de Lei de Murphy. Mas não é isso exatamente. É um jogo de interesses, de surpresas e de humor ácido entre o Universo e eu. Pra não falar que é entre Deus e eu porque Deus tem mais o que fazer do que ficar me zuando. O Universo não. O Universo faz chover no dia de ir no Hopi Hari. O Universo me dá dor de barriga nas festas de 15 anos. O Universo me da amebíase na minha formatura stolen story . O Universo me fode quando minhas expectativas estão nas alturas. Mas ele não é esse carrasco não, ele me dá

o medo do medo que dá

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Um dia tive medo de você. Uns dias, muitos dias. Muitas noites com a luz do corredor acesa, com a coberta até os olhos pra você não me pegar. Não podia olhar embaixo da cama porque você estava lá. E no banheiro escuro também. Eram todos os lugares que eu sabia que podia ir porque era seguro, mas você aparecia, fruto do lado mais obscuro da minha imaginação. Você é o próprio medo, uma onda gelada que ia da garganta até a boca do estômago. O medo que não me deixava dormir, não me deixava viver. O medo que eu sentia todo dia, mas que agora já não sinto mais. Não tenho mais medo do meu medo maior. Já disse isso outras vezes e outras vezes te vi rir de mim, que tremia outra vez, na cama outra vez, com medo outra vez. Mas não dessa vez. Não tenho mais medo, ó medo meu. Porque agora eu sei e todo dia eu sei mais, cada dia eu sei mais. Sei que você é um urubuzinho que se alimenta dos frutos que você mesmo planta na minha cabeça. E que safra boa, fertilizada com a merda em abundância que tem

ora iê iê

Essa relação que eu tenho de amor e ódio com o dinheiro poderia ser considerada uma coisa ruim na minha vida. A falta dele anda me tirando o sono por quase 4 minutos, toda noite. Porque ainda tenho um mês de "férias" e os incomes são reles trocados perto de tudo que eu ainda tenho pra gastar. Chega a passar um fantasma de desistência pela minha sala de estar. E ele sobe comigo pro quarto, se atrevendo a passar pelas velas todas, me aporrinhando. Me contamina no freecell, que me faz pensar e catalisa de um tudo. Mas o fantasma explode no primeiro acorde da canção... Olorum quem mandou essa filha de Oxum tomar conta da gente e de tudo cuidar No meio das dúvidas todas, uma certeza segue imutável: eu tenho muita sorte.

about love again

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Amar é uma arte para poucos e que, mesmo para esses poucos, deve seguir em constante evolução ou se torna um veneno para a alma. Porque qualquer coisa que se pareça com o ato de amar e não é, pode se transformar em uma aura negra e constante, em volta dos bem intencionados que não pararam para pensar. Que perigo. Aqui da onde estou, vejo que a linha que separa o amar alguém do amar alguém comigo é quase fantasmagórica, de tão tênue. Quase não conseguimos separar uma coisa da outra, pelo egoísmo inerente à todas as pessoas dessa geração cataclismática (e lá vou eu com essa história de novo). Mas a diferença existe e, como diriam eles lá, once you see it, you can't unsee it . Aí você se torna essa neurose que eu sou hoje. Eu amo aquele homem. Amo cada gesto dele, cada parte dele, cada palavra que dele sai. Amo o cheiro, amo o gosto, amo-o todo. Assim sendo, em uma nobreza involuntária, desejo a ele toda a felicidade que eu sei que ele merece. Mesmo que não seja ao meu lado, onde

sobre culinária

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Das minhas paixões, vocês sabem muitas. Não sou nenhum mistério nesse assunto (e nem em nenhum outro). Sabem que eu gosto quando meu pãozinho fica um pouquinho mais no forno, mas que eu também como queijo branco numa boa. É fato sabido que eu gosto de comida japonesa, gosto de parrilha, gosto até de um petisquinho ou outro de comida indiana. Difícil alguma coisa que eu me recuse a comer. O que talvez vocês não saibam é que eu prefiro macaxeira à mandioca. E a paixão é antiga, não é a novidade da temporada não. Sempre gostei do dengo que vem de lá do extremo leste desse país. Talvez porque a calma do povo de lá compense toda minha agitação, ou por ser tão mais perto da África, onde reside um pézinho meu. Não sei, só sei que sempre gostei. Provei um pedacinho, inclusive. Opino com propriedade. A comida nordestina é bem temperadinha mesmo. E às vezes me dá vontade de morar lá. Pelo mar, pelo sol. Daí conto pra alguém e alguém pergunta: mas e o sotaque? O sotaque é a melhor parte do te

fodida na osmose

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Assisto diariamente o conflito interno de vocês, que não sabem dizer nunca se está tudo bem ou tudo ruim. Percebo que vocês tem uma vontade enorme de usar o otimismo de fundo de tela, mas a obviedade da reclamação fala mais alto. É puro costume, é cultural: reclamamos da vida durante todas as suas fases maravilhosas. Acho que essa geração (no sentido cataclismático da palavra) nasce com a chavinha virada pro pessimismo natural. Eu também nasci assim mas juro que tento nadar contra a maré. Me recuso a concordar com o desânimo de alguém. Não aceito uma merrrda como resposta para e a vida? Digo isso por simples egoísmo. Minha mente é fraquinha e eu me influencio pelo ambiente em que estou inserida, não tenho vontade própria. Sou um meio menos concentrado que se fode na osmose de vocês. E com essa mente fértil, qualquer sementinha de rancor vira uma semana de mágoa. That's how I roll. Então assim, na boa, vamos trabalhar essa nuvenzinha negra aí. Vamos repensar se está ruim mesmo.

black-old

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Então eu sou o centro do meu universo. O centro, que tem um monte de coisas em volta. Esse monte de coisas inclui as pessoas que estão do meu lado. O centro do universo delas é elas mesmas e o universo em volta delas me envolve. Cada universo faz confluência com outros tantos universos e, portanto, se afetam. Não existe estou bem se não estivermos todos bem. Eu ouvi isso assim desse jeito só hoje. Mas acho que já pensava assim antes, quando tinha a total incapacidade de pedir por mim antes de pedir por todas as confluências do meu universo. Que eu chegava a me perder e ficava com medo de ter esquecido alguém e esse alguém ia pegar micose. Seria tudo tão claro e eu saberia tão bem o que fazer, não fosse o medo irracional que eu tenho de não me fazer entender. Porque se esse conceito é bem fixado nas cabeças pensantes do Brasil, ok. Mas se nasce uma dúvida, ela vira raiva. E eu também tenho medo da raiva. Mais medo da raiva do que de escorpião. Muquiada no meu medinho, eu fico aqui,

cretino

Meu cérebro acha extremamente difícil distinguir coisas ruins e boas usando a métrica que as pessoas normalmente usam. Coisas quem ofendem a todos me dá vontade de rir. Coisas que são só boas, eu acho maravilhosas, incríveis e perfeitas. Eu faço bastante cu doce mas magoo uma vez só. Ao mesmo tempo que sou capaz de perdoar as mais absurdas filhasdaputices. Mas tem uma coisa que me ofende pessoalmente, que parece bobeira mas me faz perder a linha: plágio. Pessoas se inspiram em outras pessoas, coisas têm influências de outras coisas, toda mente é composta de pequenas partes de outras tantas mentes. E isso faz total sentido, é a realidade. Mas o plágio é o ato de se vangloriar por fazer ou falar uma coisa que você não criou, sem dar créditos, sem mencionar fontes. As pessoas copiam quadrinhos criados por quatro caras irlandeses, metem no Google Translate e chamam de seu. Com marca d'água e tudo. Ou copiam frases, ou trejeitos, ou chupam a graça de alguma coisa e vomitam de uma forma

sem calças

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A primeira coisa que vocês devem saber é que essa história é verdadeira. E se houvesse meios de provar que nada do que será contado é mentira, eu usaria-os todos. Mas não há. Então eu peço que acreditem em mim, porque é tudo verdade. Durante os três anos de colégio, tive um amigo que era especial em diferentes formas e jeitos. Não quero aqui dizer que ele era especial no sentido APAE, como algumas pessoas se jubilam ao me chamar assim. Enfim. Ele, o Vitão, era especial a começar pelo cabelo: moicano, quando moicano era incomum. Mas isso não era o mais incomum naquela pessoa. Não, não. Ele era famoso por não usar calças. Agora imagine você que eu conheci esse menino no colégio, onde as pessoas têm vergonhas e medos infundados à flor da pele. E no meio de tanta insegurança adolescente, o Vitão. Sem calças. No meio do trote, nas aulas de química, na fila da lanchonete. Sempre. Todos os dias. Vitão sem calças. Tínhamos ali um cara de personalidade única! Cuja bunda era famosa (não só pelo

a menina e o rouxinol

Era uma vez uma menina que morava em uma casa na árvore, ora! Que mal tem nisso? A menina vivia muito feliz. Sempre sorrindo, muito feliz. Todos os dias um menino diferente passava debaixo da casa e parava ao pé de sua janela. Cantavam uma canção pra ela, de amor pra ela, debaixo da janela. Cantavam sobre cantar, e sobre o saber, e sobre voar e sobre amar. Amavam ela debaixo da janela. Muito feliz. Era uma vez também um rouxinol que cantava e cantava sem parar. Voava por todo lado, cantava e cantava sem parar. Daí um dia o rouxinol parou para descansar e parou sabe aonde? Num galho da árvore da casa da menina, ora! Que as coincidências são o tempero da vida. Pois veja que na hora e na mesma hora e naquele momento mesmo o rouxinol se apaixonou pela menina. E dizem que esquisita é a história do Macunaíma! Pois vejam vocês, um rouxinol apaixonado por uma menina. A menina se encantou também com o bicho e adorava todos os dias que seu amigo rouxinol vinha na sua janela cantar. Adorava o can

love is overrated

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Dia desses eu me peguei num pensamento que contraria pelo menos uns 182 posts que eu já fiz, baseada em outras 218 coisas que eu falo e acredito. Que não sei se acredito mais. Porque dia desses eu concluí que talvez o amor seja meio superestimado. Aliás, deixa eu ser mais específica: o amor-romance, shakespeariano, dos poetas e compositores. O amor que gera filmes e posts, livros e tatuagens. O amor que eu sinto e não recebo de volta. Ele, esse amor, tem sua importância na nossa vida e personalidade. Acho que ele de alguma forma traz um tipo de alegria imaginária (mas real no coração) que vem com o sonho e com a esperança. Esse amor, quando não correspondido, vale para manter a fantasia nas cabeças sonhadoras que dormem sozinhas. É bonito, é importante. Mas não é mais importante que a realidade, que os sentimentos de todo dia, que a beleza minimalista da rotina. Não é mais forte que o amor de um abraço bêbado, de uma bronca despropositada mas merecida. Não é mais bonito que o amor de u

mais abstrato que o todo

Eu li um livro que não é um livro, é um sonho. Um sonho meu ou seu mas principalmente dele. E ele mentiu pra mim quando me falou do livro, mente pra você na introdução também. Porque essa história é a histórias de muitas histórias, mas não de qualquer história. Da minha, sim. Mas não é qualquer história não. Nem é uma história qualquer. Comigo, eu era ele e ele era ela e as razões dele - como as dela - são plausíveis, compreensíveis e abdolutamente insuportáveis. Mas eu, assim como você ele não me arrependo de uma só linha, revivo também cada verso bonito. O livro me deixa escolher um futuro pra essas personagens que não existem . O problema é que o futuro delas começa no começo e não só agora. Fica difícil pensar muito criativamente em qualquer final que não seja a triste continuação do presente. Falta coragem pra mudar esse futuro, amigo. Uma coragem que me sobraria, tivesse minha mensagem sido respondida depois de semanas silenciosas. Porque nesse enredo descrito, tudo gira em tor

gordinea

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Quem me conhece há mais de 5 anos sabe que eu não estou mentindo: eu sou magra. Sou de natureza magra, sempre fui magra, sofri na pré-adolescência por ser magra demais. Pau-de-virar-tripa, menina-bambu, magra-pra-cacete. Entrei na faculdade com os mesmos 1,72m que tenho hoje mas com apenas 50kg. Muy magrinea. Mas a faculdade, ela é particular. Envolvia um boletinho bem salgads que me exigia trabalho. Comecei a trabalhar e com o trabalho, ao contrário do que dizem os filósofos filhos da puta com esse papinho de dignificar, veio a minha desgraça: o vale refeição. Pra quem não sabe o que é um vale refeição e o que ele representa, eu explico. Vale refeição é um cartão enviado dos confins do inferno, com a função de reservar parte do seu salário única e exclusivamente para refeições. E como eu nunca fui muito ligada em refeições (conta-se que quando pediam pizza aqui em casa, eu comia duas azeitonas e boa!) ele se transformou em Vale McDonald's. Daí em diante vocês podem calcular o estr