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Showing posts from May, 2011

Diálogo com o Ginecologista

- Doutor, eu estou desesperada. Eu nunca vi nada assim na minha vida, muito menos aqui. Tentei procurar na internet citando mais ou menos como isso se parece mas nada apareceu, doutor, nada. E quando você tem uma coisa que o Google não conhece, a Wikipedia não conhece e o Yahoo! Answers não conhece, você se preocupa. Hoje em dia é assim. E eu não tenho dormido desde que reparei nisso aqui. Já passei todo tipo de pomada, já tomei Ibuprofeno. Coloquei gelo, depois água quente. Nada. Não melhora, não diminui, não muda. Doutor, eu sei que a região é propensa a desenvolver câncer e essas coisas, por isso eu vim aqui. No auge do meu desespero, contrariando minhas desvontades mais íntimas. Eu não gosto de médico, principalmente da sua especialidade tão questionável. Mas eu não tenho mais ninguém que possa me ajudar. Tenho vergonha de perguntar pras minhas amigas, muito mais vergonha de perguntar pra minha mãe. Dá uma olhada aqui! Me fala o que eu tenho que fazer, doutor, porque eu não quero q

vampirismo abestado

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A gente vive uma fase bucólica mas importante, que vai fazer falta em um futuro próximo. Porque a vida é mesmo feita de fases e a gente tem aproveitado cada uma delas da melhor forma. Essa é a fase da calmaria: e a gente tá bem calminha. Mas mesmo dentre os dias mais agitados, mais bonitos. Quando a gente vê gente que num via há muito tempo, ou vê gente que a gente vê toda hora. Quando a gente faz coisa que quase nunca faz, vai a lugares que quase nunca vai, come coisas que quase nunca come. Ou mesmo quando fazemos as coisas de todo dia, que a gente adora. Quando a gente dá risada, quando a gente cansa, quando a gente anda. Tudo isso tem sua importância e tem seu lugar no nosso coração. E assim, não é falta de equipamento. A gente tem das mais modernas invenções do homem. E também não podemos dizer que esquecemos de levar, de trazer. A gente se vê toda hora, a gente num faz nada ou faz alguma coisa, a gente vê filme, vê gente, vê coxinha, dirige por horas, viaja, come, dorme, compra, g

ensaio sobre a doidera - part II

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Eu antes era jovem inocente e judia não bebia, não fumava era magra e não metia Mas um dia tropecei caí e não doeu fui rainha sem um rei estudando no museu Depois eu fui pro mar o resto você sabe quase nunca quis voltar lá eu amo de verdade Do mar para o porão amizade no banheiro um salão de convenção a farmácia, o galhinheiro Fiquei roxa sem vergonha esqueci do meu amor plaquinhas só de manha esconde-esconde o tumor Passa o tempo, tempo passa a comida tá sem sal a Jamaica não tem graça gordinha caga todo o pau Volta e chora, menininha esquece seu futuro tu agora é da farinha realeza é jogo duro Mundo pôs-se a girar gira a gira e a macumba peixe volta para o mar e renasce a vagabunda Que um barco me pegue porque de férias já deu mas e o jacaré consegue? não ele, nem eu.

uma carta

Queridos filhos, Com uma freqüência irritante vocês vão questionar minhas decisões e escolhas. É o tipo de coisa que todo filho faz mas que no meu caso, a quantidade irrita. Então eu gostaria de explicar para vocês que as coisas existem por uma razão. As boas e as ruins. E não adianta fazer essa cara porque eu não coloquei vocês aí para ser só festa. Que merda de Pai eu seria? Vocês não sabem se comportar quando só tem coisa boa, então tudo tem um lado que vocês vão chamar de ruim. Mas que na verdade, é simplesmente o outro lado. Isso vale para as semanas, que vão sempre ter as segundas para que vocês dêem o merecido valor às sextas. Vale também para o péssimo atendimento do McDonnald's, que é pra vocês não se transformarem em um bando maior ainda de bolinhas. Vale para o trânsito, que vai evitar que vocês peguem seus carros e saiam voando. Mas fiquem tranqüilos, haverão filhas que não vão voar. Essa regra se estende ainda para a personalidade e vida de cada um de vocês. Todos terã

the end is near

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Acho que isso não acontece só em navios, mas em qualquer tipo de ciclo. A gente trabalha por meses com entusiasmo e alegria até que um dia a gente fica sabendo ou toma ciência de que o fim está próximo, que o contrato está acabando. Parece uma coisa, a gente fica automaticamente com preguiça de viver e tudo parece errado, tudo parece ruim, fica insuportável. A gente vislumbra a salvação e de repente não temos mais forças pra chegar até lá. Isso meio que explica a constante necessidade que o ser humano tem de se estabelecer um fim para a vida como conhecemos. Eu imagino que isso seja uma forma de justificar a nossa decadência existencial. De explicar para nós mesmos o porquê de as coisas estarem do jeito que estão, com absurdos do homem e da natureza acontecendo em pleno dia de jogo do Brasil, sabe assim? É um cry for help , um pedido, um apelo. A gente meio que quer que alguma coisa aconteça, mude. Mas na real? O bug do milênio num deu em nada, nem o Rapture Day também não. O mundo não

pega nadie

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She said it all, you know? If you are trying to show off by posting in spanish, you should at least know that 'nadie' means nobody, asshole. And you might also consider learning the spanish verbal tenses because guess what: they have it too! But you probably don't know that because you don't even know how to use it in fucking portuguese. Yes, you can't speak nor write proper portuguese and you are goddamn brazilian, aren't you? You don't know your own language! And yet, here you are trying to look polyglot? Really? To be an ass was taken to a whole new international level. And just to let you know, this was written entirely in english and it could be translated to romanian, or greek or japanese using the world-known Google Fucking Translator. You see? We can all be polyglots! But not all of us can make it look dumb as you do. There. In english. My second language, bitch.

mas hoje

Eu nunca que acharia certo postar pelo ipod. A velocidade da escrita não acompanha o pensamento e aí o texto é despropositado. Eu nunca quis postar pelo ipod. Mas hoje a mente exige, o coração demanda e o cansaço se rende. Eu jamais postaria pelo ipod. Mas hoje...

missing the little things

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Das pequenas coisas que eu sinto falta de lá, as chaves. Sinto falta de sair da cabine e trancar com a minha chave. Eu me sentia uma pessoa saindo da sua própria casa, sabe? E o sentimento de maturidade duraria muito mais se eu não, 12 segundos depois, jogasse o chaveirinho de peixe que eu comprei em Ilha Grande pra trás de algum quadro, em cima de alguma porta de incêndio, dentro de um armário de mangueira. Eu não tinha bolso! Aliás, armárinhos de mangueira. Outra coisa que eu sinto falta. Neles eu escondia e guardava coisas das mais importantes: de big macs a modens 3G, passando por dinheiro, xarope e anexos de e-mails. E-mails? E-mails, a melhor forma de comunicação não-verbal entre cabines. Eu sinto falta de pisar em casa olhando pro chão, pra ver se tinha e-mail. Meu inbox era bem mais vazio que meu outbox, mas isso é porque eu sou proporcionalmente mais babaca que meus destinatários usuais. Eu gostava de gastar neurônios com essas coisas babacas. Podecre, as babaquices. Havia uma

every seven of you...

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A minha vida é fria sem você. O ar que eu respiro é simplesmente frio e esse frio chega com uma velocidade impressionante ao meu coração. Desde que a gente se separou, uma força malígna parece ter se apossado de mim e tudo que eu faço é nada. E qualquer coisa que me force a sair de casa me apavora. Fica difícil, quase impossível, viver assim. Eu preciso de você. E você sabe que eu tenho tentado de todas as formas que eu conheço, você sabe que eu nunca vou desistir de você. Eu tenho me subjulgado às mais absurdas condições para ter você de volta. Eu aceito qualquer coisa, de verdade. Eu preciso de você. Andei sonhando com os tempos que a gente estava junto. Era tudo tão mais colorido, divertido. Minha vida fazia um sentido que agora parece irreal de tão longínquo. E cada dia que eu passo sem você, me parece um dia perdido. Pior, parece que cada dia longe de você me coloca há mais 5 dias de te ver de novo. De ter você, na verdade. Eu tenho te visto às vezes. São os momentos que eu mais m

la confusión

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Eu comecei de várias formas tentar aqui explicar a fase turbulenta que meu coração vive neste momento. Nenhuma delas pareceu formar bem a imagem daquilo que eu quero dizer. São conclusões simples demais, que você já deve ter tido também. E eu mesma com certeza já cheguei antes à essa mesma conclusão, mas hoje o faço com mais veemência. Porque a vida me mostrou isso em sete línguas diferentes nos últimos dias. O amor é um sentimento muito maior do que qualquer tipo de dor. E aí eu te digo que não concluí isso depois de uma história de superação comovente, nem de heroísmo shakespeareano. E quase nem me refiro ao amor dos casais, ao romance. Quase. Porque a este amor eu às vezes atribuo a culpa por uma dor proporcional. Incompreensão, eu quis dizer. Dor é incompreensão. Mas aí eu fui vivendo e consegui ter tempo de entender do meu jeito como as coisas funcionam. E digo que o amor tem lá sua culpa pela dor mas ele vem com uma borda recheada de chocolate tão boa, que supera qualquer mal ent

to get over

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Uma vez eu li que para superar um amor não-correspondido você tem que sair do corpo e se questionar a partir de uma visão externa, impessoal e imparcial. Livrando-se de toda a magia, trabalhando somente com o realismo. E aí as perguntas começam: Então você ama ele? Ama por quê? O que ele faz de especial, nenhum outro cara faz? Sério? E sua vida com ele, já imaginou? É possível? Faz sentido? Vocês têm papo? Têm assunto? Têm sintonia? Ele tem um bom coração? Ele te trata bem? Vocês têm histórias, memórias? Vocês riem juntos? Uma vez eu li que respondendo essas perguntas com sinceridade, a gente seria capaz de perceber que falta coisa aí, que a magia não se sustenta sozinha. Eu li que esse método é quase infalível. Quase.

ques menina?

O mundo fala hoje sobre bullying. Eu inclusive expressei minha opinião recentemente e venho aqui para mais um adendo. Você acha que sofre bullying? Imagine o... Hallafer Micke Wuanderson Rilary Luã Quézia Kesia Kézia Nykelly Ratchelly Kelvyn Brayan Thielly Kayk Kevyn Kaylane Hygor Felipp Richardy Jheicy Suziellen Mikaelly Radassa Greggory Ingrend Welento Ystefanny Weslim Yhagor Wisley Jhuan Kerolyn DenNeills Wyinicious Hingriti! Sem mais, Natália

when it's over...

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O final de semana acabou e eu não arrumei a cama, eu não cortei o cabelo, eu não fiz chapinha na franja, eu não fiz as unhas do pé, eu não arrumei o armário, eu não guardei minhas roupas, eu não cuidei do meu ombro, eu não procurei minhas fotos, eu não limpei a janela, eu não li, eu não comecei a dieta, eu não te esqueci, eu não arrumei a mochila, eu não comprei mais Toddynho, eu não dei roupas velhas embora, eu não liguei pra Natinha, eu não tirei a sobrancelha, eu não comi lasanha, eu não arrumei o formulário do freela, eu não guardei minha Carteira de Trabalho, eu não vi meu irmão, eu não passei remédio na unha, eu não passei roupa, eu não recebi uma resposta, eu não descansei o suficiente e eu não quero que chegue amanhã. Porque amanhã é segunda e meu final de semana eterno acabou. Mas sábado que vem eu faço isso aí...