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Showing posts from April, 2011

tpm e outros desastres

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A Tensão Pré Menstrual é um estado negativo de espírito. Este fenômeno mensal tem efeitos particulares em cada mulher e, no entanto, consiste de alguns pontos comuns à todas. A vontade de matar, por exemplo, é uma dessas características compartilhadas. Em mim a TPM se manifesta somente durante os momentos de conforto e liberdade. Isso quer dizer que se eu estiver condicionada à uma atividade ou dever, ela acaba se comportando de forma discreta, abalando somente a área do meu pensamento. No entanto, assim que eu me encontro em alguma situação de folga, off-duty, fim do dia ou coisa assim, o monstro acorda de sua latência temporária. E aí sim, amigos, eu fico brava. Extremamente brava. Tudo passa a me irritar de uma forma que é irritante ver que não irrita os outros de igual maneira. E a tristeza que segue a euforia do ódio é uma tristeza inexplicável, profunda e doentia. Vontade de chorar pelas razões mais... mais... óbvias! Não sei como eu não sinto vontade de chorar nos outros dias, t

evolução e a lâmpada

Cuidado com as afirmações muito afirmativas que você faz sobre si. A partir do momento que você conclui sua auto-definição de caráter você desiste de mudar, de evoluir. E a gente é que nem pokemón, bróder, a gente tem que evoluir. Se não enjoa. O mundo enjoa. Da gente. Digo isso porque tem aquelas pessoas que falam ah, eu falo tudo que vem à mente mesmo e tal. Que lindo, né? A transparência é poética. Mas quando as pessoas dizem isso, acontece uma das duas coisas: ou é hipocrisia e num falam é porra nenhuma na cara de ninguém ou falam mesmo, falam sem pensar e falam merda. Para essa última situação eu digo o seguinte: você pode vomitar as coisas na cara a qualquer momento mesmo mas aí agüente o resultado. Porque nem todo mundo ~fala na cara~ e tem gente que não respondo, que finjo que não ouvi. Tem gente que engulo em nome da educação e, sinceramente, da preguiça de argumentar qualquer coisa. Mas essas pessoas que não digo nada podem ter outras formas de demonstrar o quanto foram afe

o terror do domingo

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É exatamente isso que eu temo que me aconteça para o resto da vida: o temor do domingo. Esse mesmo desespero que eu sinto agora, a cada hora do final de semana que passa. O medo, a tristeza. A segunda-feira vem aí. Estou trabalhando no Salão do Livro de Guarulhos que começou ontem e vai até o final da semana que vem. Eu só trabalho nos dias de semana, 14h por dia. Isso quer dizer que eu vivi uma sexta-feira de ordinary worker e vou viver uma semana inteira as sim: trabalhando. Acordando cedo, dependendo de transporte coletivo e não agüentando as pernas. Por isso cada segundo que passa e me deixa mais perto da segunda, eu sofro. Você deve estar me achando uma grande babaca neste momento. Porque você provavelmente trabalha há anos neste mesmo esquema e eu estou aqui dramatizando 6 dias de vida real - mas eu sou eu, você é você. E você quer isso pra sua vida, eu não quero isso pra minha. Esse não é o tipo de sofrimento que eu quero. Porque desejar uma vida utópica e livre de problemas é a

galera

O ser humano depende de suas relações, das pessoas com quem ele convive. Eu compreendo e aceito esta condição de existência. Proponho, no entanto, que este tipo de socialização não seja permitida em locais públicos. Para o bem maior da humanidade. Ou seja, galeras não deveriam ser permitidas nos cinemas. É sério, as pessoas, de modo geral, operam em um grau elevadíssimo de babaquice quando em galera . E essa realidade cresce de modo inversamente proporcional ao nível cultural dos participantes. Eu mesma, por exemplo, fico insuportável quando estou com a minha galerinha. Porém, quando o filme começa, até eu calo a boca. Eles não. E aí as pessoas vão se irritando profundamente. Se eu fosse promotora, revisaria inclusive o caso do mano que saiu atirando no povo no cinema. Porque se eu tivesse uma arma hoje, amigos, eu saía no jornal amanhã. *momento diná* Pra você que lembrou do iPod, eu usei. A metralhadora.

tomá no cu!

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Eu acho lindo o discurso, o apelo à fidelidade. Um grito de sanidade em meio à geada sentimental que esse mundo vive. As pessoas não se amam mais . Belíssimo! Fôssemos nós americanos, eu diria que isso veio da Oprah. Mas não somos, isso veio do senso ignorante comum. Porque até que você viva uma situação, você não tem poderes de emitir uma opinião válida. Até que você saiba realmente o que significa passar por um momento de carência, você não pode meter o dedinho na cara de ninguém. Porque no seu mundão vasto, cujas fronteiras vão até onde o EMTU passar, um momento de carência é quando toca aquela música nova do Belo na rádio e você se sente sozinha. Carência, minha filha, é olhar para os lados e não ver um só rosto familiar. É lembrar de toda a sua história e, de repente, nenhum dos personagens dela se encontram em cena. E você não tem com quem falar, não tem como falar. Isso é um momento de carência verdadeiro e nesse momento, o afeto que vem de toda e qualquer fonte é o mais importa

appeal denied

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So I heard that everything happens for a reason. You said that so many times in order to make me believe, didn't you? You all did. But so far it was nearly impossible to accept stupidness can be justified in the name of destiny. Like it was something that I was supposed to go through: my own mistakes. A mistake so huge that made all my other mistakes look cute. I think it was my first big irreparable mistake. But then again, after a year sucking up this eternal bitterness, I think I have come to a honest conclusion: things does happen for a reason. Took me 8 months to meet and greet the reasons. To go out and drink, to laught my ass off with the reasons. I even had sex with the fucking reasons. Reasons so meaningful to me, so trully awsome that my Inbox looked disappointed with my couldn't care less attitude. I cannot ever be rehired by Royal and I don't give a rat's ass anymore.

santa muerte

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De todos os sonhos que eu tenho e fico extremamente feliz de acordar, o de hoje foi de longe o pior. O mais tenso. Normalmente nessas situações eu sonho que briguei com alguém que eu gosto muito e acordo aliviada. Hoje eu sonhei que eu ia morrer.Eu não tinha nenhuma doença, eu não ia sofrer nenhum acidente. Eu simplesmente fui informada que ao final do dia eu ia dormir e não ia mais acordar. E aí comecei a chorar desesperadamente porque eu não queria morrer de jeito nenhum. As pessoas não pareciam tão tristes como se imagina que elas ficariam. Elas tentavam me consolar, como se eu não quisesse mudar de escola, sabe? Mas eu não queria morrer. Me deram um formulário para preencher como eu gostaria de ser cortada para ser enterrada, sei lá. E tinha a opção 'doar órgãos' e eu assinalei, falei pro moço (que moço é esse?) que podia levar todos meus órgãos sim, pelo menos isso. Mas eu me sentia bem, eu não tava numas de morrer. Aí eu avisei ele. - Moço, na boa. Eu tô bem, eu não vou m

5.0mm

Enfia no buraquinho, tem que ter dois fios passando por cima. Minha mesa já tá virando uma bagunça de novo. Puxa um fio pelo meio. Amanhã eu vou guardar essas coisas. Puxa mais um fio e passa pelas duas voltinhas. Quero jogar FreeCell. Enfia no buraquinho, dois fios. Meu download já deve ter terminado. Puxa um fio. Que barulho foi esse? Puxa mais um. Meu braço já começou a doer de novo, que porra. Passa o fio pelas duas voltinhas. Amanhã vou na farmácia tomar injeção. Enfia no buraquinho. A receita ficou no barco. Puxa um. A Maria Júlia ficou no barco. Outro. Como pode ela falar aquilo? Passa pelos dois. Essa cobrança toda me irrita demais. Buraquinho. Será que eu faço igual? Puxa. Caralho. Outro. Quero embarcar logo. Pelos dois. Buraquinho. Puxa. Outro. Pelos dois...

totally loves me back

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Meu primeiro amor foi o Fabiano. Eu namorava com dois caras naquela época, mas era apaixonada pelo Fabiano. Da segunda série, um homem mais velho. Ele era da classe do meu irmão e voltava de pirua com a gente. Era a pirua do Tio André. E eu fui apaixonada por ele do pré até o final da segunda série. Porque aí ele passou pra quinta e ia estudar de manhã. Heartbreak? Não. Porque nos últimos dias de pirua, ele que tinha um dos maiores bolinhos de figurinha do universo (porque ele era sensacional batendo figurinha né?), resolveu se desfazer de seu tesouro. Metade ele aleluiou na escola. A outra metade? Me deu. Totally loves me back. Daí eu fui curar minha dor de amor na minha classe mesmo. Eu era da terceira A, sala da professora Carmem (e chama de tia pra você ver). Eu sentava em frente ao Vinícius Moreira, que era meu melhor amigo. E sentava do lado do Thiago Moreno. Ele era loiro. Uma piadinha pronta. Mas era um loiro, alto de olhos verdes. A gente era super amigo e eu era absolutament

ensaio sobre a doidera - part I

Era uma vez um belo mar com ondinhas bem bacanas e no barquinho a trabalhar passei mais de dez semanas Lá não tinha mãe nem pai, lá não tinha vô nem vó mas tinha um entra e sai e eu nunca estava só Passou um mês, passou natal e eu não queria mais voltar passou um mês e o carnaval só com frango pra jantar E em um dia de calor o que já ia acontecer o barquinho aportou e eu tive que descer Matei toda minha saudade de ovo frito e pão francês e as que eu amo de verdade era duas, agora é três E eu hoje sou pijama sou pc e winehouse a tendinite já me ama briga o ombro com o mouse Quem minha falta já sentia agora quer que eu morra e minha vontade todo dia é voltar praquela porra

the mosquito issue

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A luz do meu quarto queimou. E são três spots, uma já tinha queimado há tempos. Só resta mais uma. De qualquer forma, isso quer dizer que o ambiente está meio escuro, quase impossível de se avistar um pernilongo voando em meio às madeiras dos armários e estantes. Eles se aproveitam disso, me picam sem eu perceber. E fazem um bom trabalho, sugando um pouco do meu sangue de forma quase que imperceptível. That's the thing: eu passo grande parte do tempo sem me incomodar com essa sugação venenosa. Mas inconscientemente eu sei que ele tá lá injetando qualquer merda em mim, que não vai me deixar esquecer que ele esteve por aqui. E por mais que eu tente formas de tirar esse filhdaputinha de perto de mim, ele sempre volta. Durante o inverno você não vê um pernilongo sequer. Por meses. Mas ele sempre volta pra me mostrar que a vida não é assim tão simples. E cada coçada me lembra da minha impotência em relação às casualidades que uma luz queimada me traz. Uma picadinha e olha a merda...

if my daddy thinks i'm fine...

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Mas nem que ela cheirasse toda a farinha do planeta, nem que ela comesse todo o mato de Marley com azeite e vinagre. Nem que ela fumasse a pedra do rim dos meus filhinhos, nem que ela bebesse todo o álcool do Brasil. Nem que tomasse todas as balas do Robocop, nem que ela injetasse toda a Liga da Justiça. Nem que ela usasse todas as drogas do mundo com o dinheiro de doação de orfanato. Nem que ela comesse meu cu. Oi? Nem assim eu ia desgostar da Amy Winehouse. Nem assim, gente. #ficaladica

bustamante

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Ela é uma das minhas melhores amigas. E isso por si só já pode ser considerado confuso o suficiente, acredite em mim. A gente tem muita gente em comum. Ela é o outro lado da história de muitas histórias que, de verdade, eu só ouvi falar. Mas eu conheci ela sem saber de nada disso. E eu lembro exatamente quando foi a primeira vez que eu falei - ou presenciei ela falando, que é mais assim que as coisas acontecem: eu estava jantando e ela entrou no restaurante com um cabelo meio bagunçado e uma roupa meio diferente. E o Dani, um manicuro (oi?) espanhol viadíssimo e engraçadíssimo disse pra ela que era triste ver uma pessoa em dia de laundry. "Parece que você se enrolou na cortina da sua cama e veio jantar". E ela, embora cagando para a opinião alheia, falou disso por mais ou menos 46 minutos sem parar. Ali eu notei uma certa semelhança comigo. E já haviam me alertado sobre essa semelhança, eu só não sabia quem era essa tal menina da loja que parece eu falando. Daquele dia em di

tempo sobrando

Uma pessoa quando tem tempo é uma merda. Eu resolvi catar um questionário desses de adolescente que eu respondi 2 anos atrás e responder de novo. Mas aí eu vi que minhas respostas mudariam quase que nada. Acho lindo um ser humano que não evolui. De qualquer forma, recomendo a leitura do dito post aqui. Um destaque para a seguinte resposta: Qual defeito é mais fácil de perdoar? Gagueira HAHAHAHAHAHAHAHA! Tipo! Mano! Que babaca!

bullying

Eu já fui criança, eu sei como é. Eu era extremamente magra, eu parecia um moleque, eu gostava de jogar bola e não usava vestido nem por um decreto. Galera me chamava de 'menino'. Depois eu fui crescendo e algumas coisas foram mudando. Mas eu continuava magra, seca. Aliás, seca era exatamente o termo com o qual os meninos me definiam porque gente, eu era muito magra. Fui virando adolescente sem ter nem sinal que talvez um dia eu teria peito, bunda, coxa e todas essas coisas que os meninos ainda nem sabiam pra quê serviam, mas você não servia se não tivesse. As minhas amigas falavam de maquiagem e sapatos e eu boiava completamente. Eu era tão zuadinha que quando eu dei meu primeiro beijo, demorou uns 6 meses pra eu contar pra alguém. De tanta vergonha. Vergonha essa que apareceu em várias fases da minha vida porque eu fiz muita merda e a galera aloprava. Mas é o seguinte, eu era aloprada na escola. E você também! Você com certeza não era cheerleader nem capitão do time de futebo

uma fase

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A vida não é vida se está estagnada. A vida muta. É uma constante mudança de tudo, de todos. A gente está constantemente passando por uma fase, que muda. Conforme o tempo passa, a gente cresce e teoricamente evolui, o conceito de mudança deveria ficar mais claro e mais fácil de se aceitar na nossa cabeça humana. Porque a gente já devia saber que tudo muda a partir de experiências anteriores. No entanto, apesar de ser muito mais difícil explicar para uma criança de 5 anos que ela vai mudar de escola do que explicar para uma de 15, a criança de 5 anos vai esquecer o passado e arranjar novos amigos em 7 ou 8 minutos. Depois que a gente cresce a compreensão cresce. Mas cresce também a profundidade das relações e dos sentimentos que a gente adquire pelas pessoas. E vai ficando cada vez mais desesperador saber que tudo vai mudar de novo. Mesmo se a gente pensar nas últimas fases que a gente não queria abandonar e que, afinal, se seguiram de fases muito melhores. Eu tenho ciência de que tudo

por que a guerra não é aqui?

Nosso país não conhece muito bem a palavra tragédia. As naturais, por exemplo, vêm em forma de chuvas, alagamentos, um ou dois morros desmoronando. Na região sudoeste, pelo menos, é só esse tipo de horror que a gente conhece. Aqui o chão não treme, o mar não invade, a radiação não escapa, o vulcão não enlouquece, a neve não desce. Aqui a única e real tragédia é a ignorância. Meu povo, agora falando especificamente de São Paulo, não sabe realmente o que é o sofrimento, a dor, a injustiça. Só há ignorância. Não existem motivos para que as pessoas vivam da forma que vivem que não seja ignorância. Oportunidade, estrutura e condições têm. Mas tem também a ignorância que impede o ser humano de evoluir. Pior que qualquer peste contagiosa, muito pior do que qualquer gripe suína, a ignorância é um fardo que se propaga por gerações, passa de pai pra filho, de delinqüente para delinqüente. A ignorância é o que leva uma pessoa a querer bater e talvez até matar outra porque ela simplesmente não mor

when I'm thirty

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Às vezes eu paro para pensar na diferença de idade que eu tenho em relação a boa parte dos meus amigos. Eu tendo a ter amigos muito mais velhos. E aqui a palavra "muito" assume um significado grandioso na licença poética para que toda a envergadura moral (oi?) do texto faça sentido - porém o significado real é quase que apático de tão sem graça. A diferença de idade é quase que imperceptível (porque a gente nunca sabe o desnível psicológico de quem vai ler isso né?). Nem eu entendi esse primeiro parágrafo, não esquenta não. Continuando. Acredito que tudo partiu de uma união de fatores significativos que afetaram meu crescimento e amadurecimento. Meu irmão é mais velho, minha mãe é professora, eu sou inteligente pra caralho. Tudo isso resultou em uma pessoa com dificuldades de viver sua própria idade e que se via constantemente rodeada de pessoas de idade e, portanto, intelectos mais avançados. A questão é: eu não queria falar nada disso quando comecei a escrever e por isso vo

another italian singer crying over you

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I keep wondering if Alanis's italian because she might aswell have written that You Oughta Know song for you. It fits perfectly. 'Cause you keep saying you're gonna love them til you die but you're still alive. They are always singers, always italians. You keep falling in love for them, like they are the last living soul in this planet, the last trakinas of the package. You make them feel this way. And then you get bored, you move somewhere else and meet another italian singer. 'Cause there are a hell of a lot singers in that fucking boot. You meet their mom's, she loves you. You are happily ever after. Until next summer. As for me, I'm still writing about it. Because that's pretty much all I can do.