tomá no cu!

Eu acho lindo o discurso, o apelo à fidelidade. Um grito de sanidade em meio à geada sentimental que esse mundo vive. As pessoas não se amam mais. Belíssimo! Fôssemos nós americanos, eu diria que isso veio da Oprah. Mas não somos, isso veio do senso ignorante comum.
Porque até que você viva uma situação, você não tem poderes de emitir uma opinião válida. Até que você saiba realmente o que significa passar por um momento de carência, você não pode meter o dedinho na cara de ninguém. Porque no seu mundão vasto, cujas fronteiras vão até onde o EMTU passar, um momento de carência é quando toca aquela música nova do Belo na rádio e você se sente sozinha.
Carência, minha filha, é olhar para os lados e não ver um só rosto familiar. É lembrar de toda a sua história e, de repente, nenhum dos personagens dela se encontram em cena. E você não tem com quem falar, não tem como falar. Isso é um momento de carência verdadeiro e nesse momento, o afeto que vem de toda e qualquer fonte é o mais importante. É o essencial. E o amor que nasce desse vácuo sentimental tem uma força que você talvez desconheça, que vai além do superficialismo das relações interpessoais com as quais você está acostumada.
Eu não acho que você tem que passar por isso para ser bacana, nem acho que você tem que concordar com as minhas opiniões. É a sua opinião emitida sem nenhuma experiência que me irrita. Se você é assim, sua vida é essa e você se sente no seu próprio auge, seja feliz. Mas limite suas opiniões ao nível da sua vivência insignificante. E não venha me falar que eu não sei o que é amar.