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Showing posts from May, 2020

o burguês nunca tem razão

Nas primeira vezes eu fiquei até sem argumento porque o método é esse: é tão absurdo que a gente não consegue nem reagir. No meio científico tem um lance que eles falam que é "você não tá nem errado", partindo do princípio que pra estar errado aquilo precisa existir. Não existe. E aí que eu entendi o que estava estranho. Como que de repente a classe média estava preocupada com o trabalhador que perdeu o emprego? Quando que "pessoas vão morrer de fome" foi motivo de revolta pra alguém que come bem? E eu me sinto até burra de por 1 segundo ter pensado que talvez o burguês tivesse razão e que talvez - olha isso! - a economia realmente precisava voltar a andar. Mas você, burguês, ao contrário do cliente, você nunca tem razão.  O desemprego nesse país já estava em níveis altíssimos mesmo quando a gente ainda tinha presidenta, que pode ser responsável mas não culpada por isso. O capitalismo depende do desemprego pra sobreviver porque se o trabalhador não tivesse medo

tatainha

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Um dia eu nasci e eu era o Universo inteiro, depois eu era minha mãe também, daí eu era eu, sem entender muito quem eu era por muito tempo. Os outros foram falando pra me ajudar a montar esse lego colorido, com pecinhas do que cada um podia me oferecer e do que eu escolhi pegar. Todo mundo é meio Frankstein do meio em que vive. Por isso que dói, viu, quando um pedaço da sua perna vai embora assim do nada. Fica um espaço vazio ali que não dá pra repor nem crescer de novo. Ando meio reflexiva com essas paradas de morte e luto ORA PORQUE TUDO A NOSSA VOLTA É MORTE E LUTO NÉ GAY? Precisa justificar nada não, estranho seria se não tivesse pensando nisso. Mas enfim. Ontem eu me dei conta que com o Alzheimer da Di e a morte do Roberto morreu também a Tatainha.  A Tatainha era uma das minhas personalidades que eu mais gostava, porque era o jeito que meu povo de Ubatuba me chamava, então esse nome significava que eu tava no lugar que eu mais amava no mundo. Eu e o Gui éramos tão fissurados e

rascunho

Sempre tive meio com a impressão de que Tropa de Elite 2 contrariava o Tropa de Elite 1 porque no primeiro parecia que policial corrupto era exceção e no segundo ficou bem claro que é a regra. Fico pensando se o José já sabia de tudo no primeiro e quis fazer uma média ou se ele realmente acreditava naquilo e depois quebrou a cara, tal e qual seu protagonista gostosíssimo. Jamais saberemos. Mas eu, em minha versão bem menos emocionante dessa comparação, venho alertar para os perigos do uso abusivo do meu post modo avião ,   dos quais eu me dei conta recentemente. Não quanto ao conteúdo manifesto, porque eu continuo achando que se forçar a produzir nunca deveria ser prioridade de ninguém, muito menos agora. Já o latente...  Não sei se realmente cheguei a falar tudo que eu penso sobre essa coisa do modo avião mas é meio que um modo de sobrevivência, muito utilizado por mim em infelizes diversas situações. Ou uma situação só, que emendou nas outras e segue aqui comigo até hoje, desde 20

o treino 5

Eu, mulher esclarecida, vivida, privilegiada, com extenso acesso à informação e à desconstrução, em terapia há quase 1 ano, plena de minhas faculdades mentais e livre de qualquer amarra mais forte com qualquer situação de dependência, estava no chão quase chorando porque não conseguia de jeito nenhum fazer o treino 5, de força e equilíbrio. Me sentindo um lixo, fraca, desequilibrada, incompetente por ter desistido . No dia de repetir o treino, que eu faço às 18h, desde 9h30 eu já estava triste, angustiada porque dali algumas horas eu teria que tentar matar aquele leão de novo, o do dia. E se eu não conseguisse de novo, que tipo de guerreira eu seria? Que não se supera, que não encara os desafios, que quer o gain sem o pain . - Ai, que sofrimento imbecil , disse uma das minhas personalidades para as outras. E instantaneamente eu passei a me sentir um lixo por ter me sentido um lixo (vem, pode entrar na neurose obsessiva, a água tá ótima!). E agora venho elaborar direitinho aqui, e