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Showing posts from November, 2009

Poligamia, por Natália Rodrigues

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Eu me recuso a escrever um post falando o que toda pseudo-moderna fala por aí, apesar de eu mesma gastar o tempo das pessoas discorrendo sobre o assunto em mesas de bar. Falando o quê? Que monogamia sucks. Nós, as pseudo-modernas, gostamos de fumar nosso cigarro eu nem fumo e beber nossa vodka pura por aí tagarelando sobre como o amor deve ser uma coisa livre e como todos devemos se catar por aí numa putaria generalizada onde irmão não conhece irmão. É um discurso que impressiona bem os homens que prontamente pensam em comer a gente, ao mesmo tempo que faz as menininhas com suas alianças ficarem com cara de cu porque ninguém pensa em comer elas. Não existe papo melhor pra uma mesa de bar: exaltar a poligamia. Mas a verdade, senhoras e senhores, é que a gente não aprova este comportamento animalesco de orgia. Não totalmente, pelo menos. Explico: se estamos em um meio isento de sentimentos, onde os homens são bacanas e bonitos (fatores inversamente proporcionais à nossa carência), tá tu

um novo capítulo

Só para fins de atualização mesmo, porque vontade de escrever sobre anda me faltando. Bueno, não fui pra faca, como vocês devem ter imaginado posto que cá estou escrevendo né? Eu fui internada, fiquei de jejum, tomei soro, dormi mal, coloquei a roupinha, a toquinha, deitei na maca, tomei injeção de PAZ UNIVERSAL LÍQUIDA no bumbum e segui pro centro cirúrgico achando tudo lindo. Dormi e acordei umas 18 vezes enquanto esperava sei lá o quê. Aí sei lá o quê chegou e foram me levando pra fatiação. Eis que o doutor diz: - Pera, pera. Mãe, volta aqui. Não vamos operar hoje. O timoma diminuiu, não tem vaga na UTI, deve ser um sinal, vamos ouvir. Fato. O timoma diminuiu. Vimos em uma radiografia nova que eu tirei segunda. Como ele diminuiu? Pra quem é cético eu num sei o que dizer. Pra quem não é, eu sei o que dizer: obrigada. Obrigada porque só com muita gente boa torcendo e rezando de verdade pra isso acontecer. A tendência é aumentar, mas diminuiu. Obrigada. Eu nem sei o que dizer sobre iss

lichia

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Aí eu fui no mercado com o meu pai e me imaginei fazendo compras daqui um tempo, pra minha própria casa. Porque eu ia comprar uma bandeja de shimeji, um pouco de lichia e um toblerone. Bem coisa de gente que mora sozinha. Mas e aí? Eu ia comprar alguma coisa pro meu filho também? Ou vou ter filhos? Eles vão gostar de lichia? Será que eu vou sempre perder um tempão procurando castanha de caju porque meu marido gosta? Eu vou ter marido ou só um namoradinho encostado que eu vou sustentar? Sustentar com o quê? Qual vai ser minha profissão? Meu carro? Meu problema? Porque se você for pensar, essa semana era pra eu estar comprando vestidos de gala e revelando fotos da família para levar para o navio. O tempo todo eu achei que iria pro navio. Agora tô por aí comprando amanditas e roupas leves pra levar pro hospital. Mas eu também num sei se eu vou mesmo pro hospital ou de repente eu vou sarar sem cirurgia. Ou vou fazer cirurgia e me recuperar em tempo recorde e embarcar assim mesmo. Ou não vo

el Timoma

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Existem muitas formas mais didáticas de contar isso, mas eu vou ser bem clara, argentina e direta: yo tengo un timoma. Que é um tumorzinho entre os dois pulmões. Os médicos dizem que ele é bonzinho, num morde. Mas vai que ele resolva morder um dia néam? Aí eles acham que é melhor tirar. Minha mãe acha melhor tirar. A torcida do Náutico acha melhor tirar. Então eu vou tirar. Mas hey! Tirar um negócio que está entre seus dois pulmões não é que nem tirar um dente do siso. Dói menos. Mas como tem que tipo serrar um osso, abrir as costelas e depois fechar tudo com GRAMPOS ao melhor estilo Grey's Anatomy, nego acha que num dá pra embarcar 2 semanas depois da operação. Besteira, na minha opinião. Já corri 12km com uma fratura exposta na canela. Mentira. Conclusão do dia: não vou mais embarcar. Ao invés de M/S Soberano of the Seas, Hospital Universitário. Ao invés de cabine 2738, leito 14. Ao invés de festa tropical, UTI. Ao invés de viver, internação. Ok, vamos ao lado bom. Porque sim, h

uma alteração discreta

As coisas normalmente não acontecem exatamente como a gente planeja, né? Mas também nunca sai demais do controle, do levemente esperado. E se saísse, era pro bem, não pro mal. Hoje não está sendo a segunda-feira que eu esperava há tanto tempo. Hoje era pra eu ir na médica pra ficar tranquila, pegar atestado da natação, começar a nadar, ir buscar meu pc na wme e passar roupa assistindo novela. Isso, pra mim, já tava ótimo. Mas tudo mudou. E se minha maior preocupação de manhã era com a dor muscular provinda dos esforços físicos do final de semana, agora já mudou. É tudo tão absurdo que provavelmente não caiu a ficha, porque eu tô bem. Espero que não caia. Espero que tudo não passe de um mal entendido. E se da outra vez eu era a única pessoa que não fazia idéia do perigo, agora só eu sei como o perigo assusta. Babados, dramas e confusões. Minha vida é um filme da Sessão da Tarde.

the answer

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I clearly remember the very first time I saw you. You seem to have changed nothing at all. For all I know, you're still wearing the same clothes. But it's okay, you look good. That's what I thought actually, he looks good . Almost a year after that we've finally met. I remember you bent over to kiss goodbye a little girl and I took a good look at your legs. You're skinny but I fancy skinny guys. I liked it immediately, thought he's sexy as hell . But so far, so good. I'm able to find 38 guys sexy in a calm monday, so it's okay. You're just one of them. I remember this one time, you were with this 4-years-old girl who wouldn't eat, but then you put her to sit in your lap and you feed her while talking and playing with her. Like she was your own child. You did it with such love that I myself fell in love with you. Way before anything. Well, after a while I had the pleasure to find out that feeding children is not your only talent. And things got o

Exame Nacional do Meu Cu

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É, todo mundo ficou puto de ter que fazer o enade num domingo ensolarado. Ficamos mais putos ainda pela consideração anal do Governo para com nossos endereços uma vez que todo mundo conseguiu ter que fazer a prova a pelo menos 390km de sua própria residência. Com tanta escola no Butantã, por que eu tive que fazer prova na VILA FORMOSA? Eu respondo: porque senão o pessoal da Vila Formosa não ia ter onde fazer prova. ¬¬" Mas como esse assunto já saturou na minha cabeça, eu nem vou contar da galera que ficou pra fora porque num chegou a tempo e ficou batendo no portão da escola, gritando palavrões e ameaçando todos de morte. Na hora foi emocionante, mas o enade me cansou. E, apesar de ter feito uma redação falando do quanto eu odiei ter que fazer essa prova e por quê na Folha de Respostas e, claro, ter feito um desenho alegre de um navio para a pessoa que estiver corrigindo não ficar triste, me arrependo imensamente de não ter usado as marquinhas pretas para meter um smile na prova.

It's all about sex

Eu tentei inventar uma historinha didática, tentei fazer no formato cartinha em inglês, tentei ser subjetiva naquele estilo de subjetivismo que daqui 5 minutos nem eu entendo o que eu escrevi, tentei escrever um post normal. Mas não consegui. O tema é bom, dá pano pra várias mangas, eu não estou com medinho ou vergoinha de nada. Simplesmente não consegui. Não consegui transpor de um jeito graciosinho que a galera gosta as minhas últimas conclusões sobre a vida e suas papagaiadas. Eu só consigo ser direta, só consigo dizer que chega né? de ficar com essas de suspiros e outra bobeiras shakespeareanas. A história toda aconteceu só dentro da minha cabeça e lá deve ficar. Só. Porque a vida continua, nega, e Salvador é overnight. Tá na hora de desabar água pra lavar o que tem que limpar. Até porque, it's all about sex. E sex tem em todo lugar! Opa, consegui.