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Showing posts from June, 2015

você é cúmplice

Sabe por que o mundo tá uma bosta? Porque você deixa! Você deixa a merda circular, você permite que as paredes desabem do seu lado, você é cúmplice. A mão que ergue a faca não é a sua, o dedo que puxa o gatilho não é o seu mas você é cúmplice, você deixou acontecer. O próprio conceito de herói é cretino, ainda mais se considerarmos o adendo do filósofo Falcão que diz que herói é o cabra que não teve tempo de correr . Herói é um cara que fez o mínimo, fez o que todo mundo deveria ter feito. Fez o que você deveria ter feito mas você é um merda, você se calou, você sempre se cala. Foge à minha compreensão como você consegue dormir a noite. Sério. Repense.

bem-me-quer, vá-se-foder

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Eu poderia citar Heráclito, com a coisa do rio, ou Locke, com o lance da tábula rasa. A ideia de que a gente está em constante transformação não é nova nem original. Ainda assim, é uma das coisas mais difíceis de se compreender e de se aceitar. Porque somos negativos por natureza, o pessimismo é uma condição default, que eu já não sei se é assim mesmo ou se é influência do meio. Aliás, dá pra se perguntar se a coisa é assim ou se é influência do meio quando falamos sobre toda e qualquer característica humana. E animal. E vegetal. Ou seja. Que seja, o pessimismo paira sobre as nossas cabeças que nem um fantasminha gelado e te digo que tanto é assim que tem gente que vai no Centro e pede pra gente tirar o fantasma. Muita gente pede pra tirar coisa no Centro que são coisas da própria pessoa. Acho que é mais fácil atribuir o mal a uma fonte exógena, né? É mais fácil ter encosto do que ter responsabilidade. Daí o texto tomou um rumo diferente do que eu queria. Porque o que eu queria mesm

a dor e a delícia

Você não vai me ver chorando, nem lamentando do quanto dói. Você não vai saber do sono, do esforço, da angústia, das dúvidas. Você não faz ideia do medo. Você talvez me ouça reclamar, mas nunca saberá o quão profundo é o que sinto, perto da superficialidade de um comentário banal. É banal todo o lado ruim que você vê em mim, não é de longe o verdadeiro. Você não sabe caminhar com os meus pés. Você não sabe onde meu calo aperta. Você tem de mim o melhor de mim. Você tem o meu sorriso e o meu amor. Você tem a minha graça, a minha leveza, o meu otimismo. Você vai me ver rindo, bebendo e parecendo voar. Porque das obrigatórias eu não falo, mas ser feliz é a optativa que eu fiz questão de cursar.  Você, por isso, talvez não me entenda. E me julgue. E se se julgue no direito de me mostrar quem eu sou e quem eu deveria ser. Só que essa distância entre mim não existe, eu estou exatamente onde deveria estar. Você é que talvez tenha se perdido no seu caminho, por isso não consegue me achar.

o Alaska

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Quando eu descobri que eu ia para o Alaska, eu não quis. Não era bem uma questão de opção, eu não escolho o itinerário do navio. Mas tentei sair daquele que ia para o Alaska. Pelos motivos mais babacas, inclusive. Eu já fui muito babaca. Hoje sou menos. Mas na época a babaquice era que eu não queria ir porque eu não gostava de frio. Veja se tem cabimento não querer conhecer um dos lugares mais inabitados do planeta, dos mais incríveis, porque aqui em São Paulo o frio me incomodava. Acabei indo. Tinha medo de que ficasse frio dentro do navio, tinha medo de iceberg. E iceberg foi justamente a primeira coisa que eu vi no Alaska. Olhando meio que sem querer pela janela, passa aquele monstro branco bem do meu lado. Pirei. E quando a gente chegou na geleira de Tracy Arm, depois de passar por mais uma cacetada de icebergs, estava no meu schedule subir com as crianças para a área externa, onde eles iriam brincar ao ar livre e observar a paisagem.  Nada nesse mundo poderia ter me preparado

every so often

Countless times have I wrote here about the countless times you made me realize that I'm stuck on a cicle that goes round and round and drives me right back at you, countless times. Still, I am here today to talk about it. Life usually goes on, that's how it starts. Everything changes to the point that I can't even see you anymore. Other boys come around, boys that I can see myself with, spending the weekend on the beach, just us. That kind of thought that made me realise I was in love with you in the first place. So that's good, I think. That's all I need. Nonetheless, they're nothing but you. Bits and pieces of you, containing you, reminding me of you. Which is fine, probably. Knowing that I'm never gonna stop loving you may be the reason why I need to see you in them, why I look for you in them. How can this be healthy is beyond me. But it is what it is. Well then, I'm over you. Or so it seems. And then this small thing happens, this word that