pedaço do gato

Ando lendo e estudando mais sobre racismo nos últimos tempos. Eu também não sou racista, que nem você, e fico apavorada da possibilidade de ser chamada de algo tão sub-humano assim. Também como você, eu amo e respeito as pessoas independentemente da cor e acho que racista nem é gente, é verme. Que bom que a gente concorda com isso, né? Mas a gente errou. A gente é racista sim. Djamila me ensinou que a gente nunca pode dizer que não é racista porque a gente mora dentro do racismo, a gente nasceu e cresceu no racismo. A nossa inconformação antirracista tem que vir em forma de atitude, a todo tempo. O tempo todo tentando ser menos racista do que antes, é um processo. Hoje a gente tá assistindo e participando da destruição da pontinha do iceberg - que é branco, profundo e gelado, sem metáfora. Existem milhares de pessoas que têm mais propriedade para falar sobre isso tudo do que eu, principalmente pessoas pretas. Não posso deixar de recomendar o Pequeno Manual Antirracista . Mas eu mesm

As coisas acontecem na minha vida por tema, igual episódio de série. No meu episódio anterior, o tema foi Concreto & Abstrato - por que você é tão burro? Assim, tudo seguiu essa mesma linha. Primeiro um animal no twitter falou n prq quem acredita em astrologia é igual quem é terraplanista , e com essa pequena frase ele me fez entrar em auto-combustão de ódio. Eu queria dar um socão bem concreto na cara daquele imbecil, pra ele sentir bem na pele o tamanho da estupidez dele. Mas eu faço terapia, amigos. Terapia pode parecer um conceito de elevação mas isso só quer dizer que eu entro em looping infinito quando algo me afeta demais - por que eu fiquei tão brava com a comparação? Na mesma semana eu li o Ideias Para Adiar o Fim do Mundo, do Ailton Krenak. Esse livro reúne três palestras que o Ailton deu e que conversam entre si. A última, e, pra mim, a mais mind blowing é A Humanidade que Pensamos Ser, onde ele fala dessa coisa triste de achar que a nossa humanidade é a certa, com

A minha mãe tem 60 anos, pra efeitos desse texto. E tá benzassa, pele linda, quase aposentada, tem saúde e força pra fazer o que quiser, tá curtindo a vida, se quiser e se for o caso pode viver romances, vai viajar, daqui a pouco vai curtir os netos. Tá suave. No pico. Nenhuma grande limitação nem nada. E eu tenho 30 anos, também pra efeitos desse texto. Isso quer dizer que daqui até onde minha mãe está, eu vou viver 100% do que eu já vivi até hoje. E até hoje eu já vivi MUITO, infinitas alegrias e tristezas e coisas loucas e maravilhosas. Cresci demais. Daí imagina que até lá eu ainda vou viver O DOBRO disso só que sem contar aquelas merda de anos que a gente é criança, que a infância só é linda no imaginário popular né? Ser criança é puro trauma. Então corta essa parte merda que a gente se caga, não sabe andar, enfia dedo na tomada. É o dobro só que já com todos os cheats, todas as manhas que já deu pra acumular. E as pessoas? Tu pensa que já conheceu tudo de bom que tem nessa e

Primeiro eu achei que fosse pulga, depois formiga porque ardia mais do que coçava. Mas ardia tudo, minhas costas, as costelas, tudo. Aranha, será? Testei até jogar umas redes pelo punho. Depois virou tipo uma pereba em todos os lugares que antes ardia. Agora a pele tá super sensível e o simples toque do tecido da camiseta dói . Em itálico porque não é bem uma dor, sabe? Beira a dor, mas não chega a doer. Noiei que fosse somático mas o mau da psicóloga é achar que tudo é da mente, né? Às vezes um charuto é só um charuto. Às vezes é só imunidade baixa. Os sintomas correspondem com o que eu vi no google: apareceu do nada, achei que fosse uma coisa simples mas é mais complexa, vai durar mais tempo do que eu tava planejando, causa um puta mal estar e dói . Em itálico. De vez em quando eu esqueço que tá aqui, passo horas sem pensar nisso e aí do nada dói em itálico. Que é uma quase-dor, no limite do gostosinho. Dói gostosinho. Igual você. [ chega na morena e compara ela com uma pereb