la confusión

Eu comecei de várias formas tentar aqui explicar a fase turbulenta que meu coração vive neste momento. Nenhuma delas pareceu formar bem a imagem daquilo que eu quero dizer. São conclusões simples demais, que você já deve ter tido também. E eu mesma com certeza já cheguei antes à essa mesma conclusão, mas hoje o faço com mais veemência. Porque a vida me mostrou isso em sete línguas diferentes nos últimos dias.
O amor é um sentimento muito maior do que qualquer tipo de dor. E aí eu te digo que não concluí isso depois de uma história de superação comovente, nem de heroísmo shakespeareano. E quase nem me refiro ao amor dos casais, ao romance. Quase. Porque a este amor eu às vezes atribuo a culpa por uma dor proporcional. Incompreensão, eu quis dizer. Dor é incompreensão.
Mas aí eu fui vivendo e consegui ter tempo de entender do meu jeito como as coisas funcionam. E digo que o amor tem lá sua culpa pela dor mas ele vem com uma borda recheada de chocolate tão boa, que supera qualquer mal entendido. Ou seja, o amor incompreendido tá lá mas tá lá também um amor que vai além da compreensão, além da verbalização, muito além de qualquer explicação. E esse amor puro e simples me alegra e me dá coragem de superar toda dúvida de que será que vale a pena amar tanto assim?


É das coisas mais difíceis que eu já tentei explicar. Resumindo em letra de forma, eu quero dizer que eu amo muito mais do que sofro a dor da incompreensão. Porque amo mais gentes que merecem esse amor do que sofro por um único indivíduo que eu não entendo. No conceito amor, a subdivisão de amor de amigo é tão mais forte e tão mais bonita... E de quebra, às vezes pode trazer até a explicação mais simples para a dúvida mais cruel. Talvez, e somente talvez, existam mais peixes no mar. Enfim.
Aos que eu confundi mais do que entreti, peço perdão. Aos que estão ombro a ombro comigo nas recentes batalhas, eu agradeço. Aos que entenderam, ficadica: eu amo você pra carai, véi.