o amor me pegou

Queria falar de amor. Mas não exatamente do meu amor, que eu sinto e que eu recebo. Queria falar do amor que eu vejo, que eu assisto todo dia. Queria contar pra vocês como é a sensação de perceber e testemunhar o nascimento e o florescimento do mais nobre dos sentimentos. Queria falar, inclusive, que o mais nobre dos sentimentos é o amor. 
Queria misturar com Freud, amor e Freud. Mas não exatamente com o que o Freud dizia do amor, porque eu sei lá muito bem explicar isso aí. Queria falar de identificação, que eu aprendi como sendo a dor que eu sinto aqui só de ver a dor que tinha aí, porque o aqui e o aí são todos aqui. A identificação - underated nesse mundo que pira nas polêmicas do Sig - explica o amor fazendo bem também até pra quem não é o amor d'O amor. O amor que explode aí cai aqui, cai em todo mundo. Gera mais amor de volta pro amor.
Queria falar sobre sentir o amor, sobre a beleza inebriante de estar na presença do amor. Queria falar da felicidade indescritível que o amor provoca, da maravilhosa passividade de assistir o amor invadindo a alma sem que a gente nem precise fazer nada, além de amar. É como se fosse uma baleia pulando no mar, fazendo espirrar 87 litros de água na minha cara e encharcando a minha vida. Só que ao invés de baleia é amor, ao invés de mar é amor, ao invés da minha cara é amor, minha vida é amor. Amores que eu amo, amores que me amam, amores que eu amo ver amar.

Queria falar de amor, falei de baleia. 
Outro dia eu volto a tentar.