libido é a melhor das energias

Eu não sei te elaborar, não sei te atribuir um significante que signifique o significado que você tem pra mim. Minha associação livre se perde no trauma insuperável que é você e o meu delírio é um poema todinho inspirado na sua fase oral. E que fase! Que vontade de quebrar promessas. E paradigmas. E a cama. 
Então vem que eu não te quero sim, porque seu sadismo combina com o meu masoquismo e quanto mais eu peço pra doer, mais você se nega a bater. Pode vir que eu não te quero. Mas quero. E vou te reprimir, te recalcar em mim pra você não sair mais desse coração operante que bate incondicionado, pareado com a tua boca, reforçado no teu cheiro. Quero teu beijo. Mas quero em mania, transtorno obsessivo comprovado pelo sintoma de taquicardia que você me causa. Quero você na minha casa. Quero perigo. Quero acordar arrependida pra ver se essa instância reage, porque você casou com o meu id e agora eu não sou mais senhora da nada. 
Todas as vozes concordam, toda alucinação te convoca, todo meu afeto é investido, tudo em você é minha libido. Você é meu objeto a, é o distúrbio que tira meu sono, que invade meu sonho e me mata latente, me deixa doente, somatizada no não. 
Não.
Preciso da extinção. 
Toda catarse não dá conta, não sei mais por onde sublimar. Eu não quero mais você. Mas eu não sei te elaborar.