levanta a cabeça, princesa, senão a coroa cai

Beirando os 30 anos de idade, me sentindo toda parapapá madura sábia, eu de repente descubro que não sei andar. Não sei andar! Ao longo da vida pessoas me falavam que eu andava esquisito mas eu achava que era uma característica apenas, que nem cabelo. Ah, seu cabelo é assim e tal. Mas não sabia que tava ERRADO. Tipo, eu me locomovo, então tá funcionando. Só que não é da melhor forma, de gastar menos energia. E aí por consequência, eu não sei correr. Estudos descrevem que eu corro igual uma galinha, com o pescoço pra dentro e as asas pra fora. Isso diz muito sobre minha postura, que é péssima. Ou seja, eu também não sei ficar parada. Coisa básica, né?
Em aula eu tenho percebido que normalmente eu não consigo expressar as minhas dúvidas. O que eu tô pensando não consegue chegar a tempo na boca. Eu não sou burra, mas eu não consigo provar. Por isso eu gosto de escrever, porque dá tempo do pensamento sair e eu posso voltar, corrigir, reler. Eu gosto de escrever porque eu também não sei falar. E, véi, eu falo, hein? Não é nem falta de treino. Mas a cabeça é muito pipipi popopó o tempo todo e eu me perco, não consigo organizar minhas ideias. Eu não sei me organizar. Esqueço as coisas, vacilo toda hora. Porra.



Daí você deve estar pensando noooooossa mas que crise de auto estima! Não, porque você tem que se amar e não sei o que e tal. Cuidado com esse discurso. Porque ele é fofo, a intenção é a melhor possível, mas é justamente porque eu me amo que eu estou me movimento para melhorar cada ponto em mim que eu considero que pode melhorar. E não, nunca vai estar bom, o que também não quer dizer que eu vou sucumbir em busca da batida perfeita. Mas gente... eu corro muito feio.