resiliência

Há exatamente um ano eu estava na minha pior forma possível. Não sei se exatamente mesmo, é modo de dizer. Mas por ali, há um ano eu estava mal. Mal de saúde mesmo, o tratamento castiga bastante antes de sarar. E mal em geral, estava gorda, inchada, debilitada, careca. Não me reconhecia no espelho, não conseguia andar quase. Precisei insistir muito com a enfermeira pra não usar cadeira de rodas, ela não queria que eu levantasse. Eu tava na merda há um ano.

Porra, um ano.
Hoje eu me olho no espelho e eu gosto muito do que eu vejo. Tô no peso legal, trocando massa gorda por massa magra. Condicionamento melhorando sempre, tô gostando demais de treinar e cuidar da saúde. Tô amando surfar.

Amando.
Sério.
Preciso falar mais disso um dia.

Um ano e eu tô na melhor forma que eu já estive na vida, descobrindo emoções que eu nunca tinha sentido, me conectando mais ainda com o mar. Um ano. E com todos os traumas e problemas, todas as peripécias de uma vida normal, tudo que é stress que qualquer um sente, até uma intolerância à lactose nova que eu nem tinha, hoje eu sou a melhor versão de mim, separada da pior por um ano.



Os exames vão bem, muito bem. Mas tem um negocinho ali, muito do pequetico, nada pra se preocupar e a gente repete o PET em agosto. Bateu medinho? Bateu medinho. E aí eu lembrei que há um ano eu era pó de avengers e hoje eu sou joia do infinito. Antes de enfrentar cada problema dessa vida, eu nunca tinha enfrentado aquilo antes. Tudo que a gente vence é a primeira vez que vencemos e se estamos aqui, é porque a gente nunca perdeu. Vou ter medo do que?
Um dia a morte vem, até lá só me resta viver.