a fase da balada

Quando eu era mais nova e via a galera da balada eu achava que eventualmente eu iria crescer e ser uma dessas pessoas. Uma dessas meninas que lota a cara de maquiagem, põe salto e vai dar vexame na noite.
Daí eu cresci. De fato, foi meio assustador perceber que eu de repente tenho 22 anos, estou no auge da idade da galera da balada e ainda assim, não sou dessas. Não sou dessas que morre sem um puts-puts, que demonstra o mínimo interesse em algo como uma rave. Aqueles banners do msn que falam de uma balada sensacional exclusiva private special na Austrália me dão sono. Na verdade não, na verdade eu sempre penso que seria legal ir pra Austrália porque aí eu ia enfiar a balada no cu e ia pra praia. Eu sempre prefiro praia, samba, sertanejo que seja. Prefiro uma coisa mais vestidinho e havaianas. Eu não sei o que é line-up. Mas eu sei o que é open bar.
Porque assim, não é que eu tenha passado dos 14 anos direto pros 47. Eu gosto de sair, beber, me divertir e o cacete. Mas eu simplesmente não acho que isso resume tudo que há de bom na Terra. Eu não acho que a vida gira em torno da balada. Eu já passei dessa fase.
Ou nunca estive nela, sei lá.