ordinary morning

O Moço acordou um pouco atrasado, deu comida pro Nicolas (o gato), fez a barba rapidinho depois do banho e sentou para comer pão com margarina. Decidiu que não ia se apressar não porque sempre o Junior se atrasa e ninguém fala nada. Levantou, colocou a jaqueta, reclamou do tempo e sentou na sua maravilhosa sensacional novíssima em folha Kawasaki verde. Capacete, frum frum e foi. Mas antes, o crachá da pfizer porque eles dão bronca em quem não anda de crachá e Deus sabe que ele nunca lembra de colocar.

Já a Moça acordou com dor de cabeça, assustada e sem roupa. Olhou para o lado e a dor de cabeça aumentou. Aquele não era o Mozão! Aquele era o cara-cujo-nome-ela-não-lembra do bar de ontem a noite. E por que raios ela foi para o bar? Ah sim! A briga por causa do prato azul. É, prato azul... as pessoas sempre brigam por coisas ridículas como pratos azuis. E o prato levou às lágrimas, ao bar, ao martini e ao cara deitado de barriga pro alto, visivelmente roncando.
Levanta a moça rapidinho, toma um banho, expulsa o cara semi-nu, toma Nescafé correndo, pega seu carro e vai. Mas antes, o crachá da pfizer porque eles dão bronca em quem não anda de crachá e Deus sabe que ela nunca lembra de colocar.

Vem descendo o moço de moto, atrasado mas tranquilo.
Vem a moça pensando no mozão, no cara, no adultério e não no cruzamento.
BAM!
Moto para um lado, Moço para o outro.

- Já chamei o resgate, Moço. Quer que eu avise alguém da sua empresa?
- Não, não... a moça ali trabalha comigo.


É uma história real mas com toques de ficção.
A empresa não era Pfizer, era Net.