o que aprendi lendo Violetas na Janela

Eu já sabia mais ou menos com era o desencarne, mas acho que nunca tinha lido o relato de alguém tão tranquila, que acordasse direto em uma Colônia. Sabia do Umbral, sei de histórias até piores, mas talvez nunca tivesse relacionado à minha própria vida. 
Sempre soube do carma, nunca considerei viver uma vida em que eu fizesse mal para ninguém. Mas nunca considerei os momentos que eu pude fazer o bem e não fiz. Nunca havia refletido sobre como isso tem a ver demais com a minha vida e como a minha mediocridade pode ser egoísta as vezes. Ela fala do despertar da vontade de trabalhar, o livro fez isso comigo.
Porque eu já sabia da importância do dom da mediunidade, mas ultimamente tinha subjugado um pouco isso em mim. Esqueci que meu pai, minha tia e meu avô talvez precisem da ajuda de um médium, esqueci que eu posso ser a ferramenta para o pai, a tia ou o avô de alguém. Eu sei que meu coração é bom, mas as vezes eu esqueço. O livro me ajudou a lembrar.
Eu sei que meu pai está presente na minha vida. Eu sinto. Mas não sabia da aflição dos desencarnados quando os encarnados pedem socorro a eles, ajuda, um helpzinho. Fazia isso toda hora. Não faço mais. A ele somente o meu amor (que não é pouco), minhas orações e o meu trabalho. É só isso que ele espera de mim.
Eu já sabia que o corpo é só matéria, que a essência é a alma. Sabia mas passei quanto tempo e gastei quanta energia me preocupando com a minha aparência? Deixei de ver pessoas que amo por vergonha de mim. E hoje eu entendo que as pessoas não enxergam o que está por fora, assim como a beleza que enxergo nos meus não tem nada de padrão, só se enxerga o coração. Talvez por isso insistem tanto em falar dos meus olhos, e não tem nada a ver com cor não. É porque os olhos são a expressão da alma e eu continuo sendo quem eu era. Eu sabia disso, mas o livro me ajudou a lembrar (numa hora bem oportuna).
Eu aprendi recentemente sobre a importância de, em caso de despressurização da cabine, colocar a máscara de oxigênio primeiro em mim. Aprendi que cuidar de mim primeiro não é egoísmo, é essencial. Aprendi sobre a importância do amor próprio não faz muito tempo, mas o livro também fala disso. Porque se doar é bonito, mas se eu me doar completamente, em mim não sobra nada. Talvez doenças.
E o livro fala porfim de como é difícil mas necessário que cada pessoa aprenda suas lições por si, no seu próprio tempo. E sobre tudo que se pode fazer pra ajudar sem interferir.
Talvez eu já soubesse de tudo isso, talvez eu nunca tenha realmente aprendido essas coisas. Mas hoje eu terminei um livro que eu precisava ler. E por isso, eu agradeço.