que porra que é Dumbo e outras reflexões

Acordei mais tranquila depois do dia catártico de ontem, como sempre é em qualquer situação de apoteose. Inclusive eu sempre odiei a palavra apoteose. Ela tá em algum momento de Dumbo e tudo naquele filme me é extremamente traumático. Aquela coisa dos pink elephants on parade é absurdamente confusa, estranha, uma coisa meio sustenida. Não sei. Traumático. E o bagulho se passa no meio da brisa de droga do Dumbo, que é uma criança. Que porra que é esse filme né gente? É um dos meus favoritos. Não sei explicar.


Mas enfim, depois de tirar toda a raiva da minha frente (toda?) eu hoje tô pensando numa coisa aqui bem específica, quase que bizarra de tão específica, e é um convite pra vida vir ler mas só como um exemplo. Pena que não dá pra marcar a vida no post, mas dá. Ela vai ler. Então, é só um exemplo bem genérico dentro de toda sua especificidade. 
Suponha você que nos grandes livros do destino onde Deus escreve certo por linhas tortas o caminho a percorrer de cada um de nós, com todos os toques de sadismo que só Deus na causa literalmente, esteja escrito que eu, em algum momento dessa maravilhosa encarnação, precise entrar em contato e laços de amor com determinado espiritozinho baby. Mas um que nasceu longe de mim geograficamente e que está passando pelo que quer que seja que esteja escrito no capítulo dele. Suponha que eu precise adotá-lo no curso da minha vida. Será que eu, diva dos Bernardo, filha de Iemanjá, pseudo-alérgica a latex e à vergonha na cara, amante da boa tequila e participante assídua de orgias não engravidaria em algum momento? Repare que eu não deliro com encontrar o príncipe encantado para formar uma bela família. Será que a minha relação peculiar com o dinheiro me daria condição de ter mais de um filho? Assim, será que se eu pudesse de alguma forma opinar sobre as coisas agora, eu não iria pra um caminho onde eu não encontraria aquele dito espiritozinho baby? Provavelmente. Então a vida tem que se encarregar de algumas coisas hoje que eu só compreenderia amanhã. Mas sem ver o amanhã, não dá mesmo pra compreender o hoje. 
Essa nobre conclusão veio de uma amiga que pegou DPs e precisou fazer um ano de faculdade e concluiu que tudo se encaixou perfeitamente agora? Sim. O tamanho dessa amiga influenciou no pensamento? Sim também. E eu precisava ter ficado puta pra enxergar isso senão ia me afogar na piscina de self pity? Com certeza.
Então estamos de volta com a nossa programação normal.