um dia cu

A sexta-feira prometia ser cu faz tempo, desde que todos os agendamentos caíram no mesmo dia. Não por coincidência, aliás, porque quando tem que fazer todas as coisas todos os dias, não é que acidentalmente o dia ficou cheio. Todo dia é cheio. Mas sexta-feira trouxe o PET de brinde.
O dia começou cedo e com jejum. Um puta jejum. O PET demora 3 horas pra fazer, depois tinha exame de sangue, nesse meio tempo minha mãe não quis dividir um bolo de chocolate comigo aí já me azedou o pé do frango de forma desproporcional. Eu ando azedando desproporcionalmente, mas a situação justifica. E tava frio.
O almoço foi no frio, os garçons - que eu acredito que estavam desfalcados por causa da greve - ignoraram a gente por quase 1 hora. Ódio. Daí quimio, resultado de exame não muito bom: mais agendamentos pro final de semana. Que alegria!
Eu fiquei tão cansada, tão destruída, com frio e com A PORRA DA MENSTRUAÇÃO QUE AINDA ESTÁ AQUI DESDR O DIA 8 DE ABRIL, QUANDO EU TINHA AINDA APENAS 28 ANOS, que a minha vontade era sentar e chorar. No meio do saguão do hospital. Desistir da vida ali mesmo. Mas não, fui embora. Trânsito óbvio pra voltar pra casa.

Enfim, cheguei. Tomei um banho quente, coloquei roupa gostosa, deitei no sofá. Tirei um cochilo histórico e acordei bem. Acordei lembrando da minha própria metáfora da vida com um dia chuvoso: é um cu sem tamanho, suga as energias e dá vontade de chorar. Mas passa. Sempre que choveu, parou. E essa tempestade em que eu me encontro um dia vai passar também.