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um dia perfeito

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Acordei de um sonho doido no meio da noite. Era tanto sono que eu não sabia nem onde eu tava, e quando percebi que eu tava aqui, sorri e corri pra fazer xixi. Voltei a dormir até a hora que o corpo achou que tava bom. Levantei e tomei aquele café da manhã dos deuses: leite com nescafé e dois cookies Toddy com chocolate extra. Top. Arrumei a casa, lavei a louça das masterchefisse de ontem, dei uma varridinha no chão. Sentei pra fazer uma tradução enquanto ouvia o cd que meu dems recomendou (é ótimo, dems!) e assisti Good Girls. Pensei no almoço. Não tinha nada, fiz macarrão com manteiga e ketchup, minha especialidade. Top. Entrei numa discussão sem fim (mas muito engraçada) sobre séries e como New Girl e Brooklyn 99 são gêmeas e como a Nani não usa bem a parte do cérebro que cuida de bom gosto para humor. Depois combinei com meus amigos da gente sair pra fazer uns corres. Mas pera, agora quero falar desses amigos. Eles não fogem à regra de serem pessoas incríveis, eu tenho o dom de...

resiliência

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Há exatamente um ano eu estava na minha pior forma possível. Não sei se exatamente mesmo, é modo de dizer. Mas por ali, há um ano eu estava mal. Mal de saúde mesmo, o tratamento castiga bastante antes de sarar. E mal em geral, estava gorda, inchada, debilitada, careca. Não me reconhecia no espelho, não conseguia andar quase. Precisei insistir muito com a enfermeira pra não usar cadeira de rodas, ela não queria que eu levantasse. Eu tava na merda há um ano. Porra, um ano. Hoje eu me olho no espelho e eu gosto muito do que eu vejo. Tô no peso legal, trocando massa gorda por massa magra. Condicionamento melhorando sempre, tô gostando demais de treinar e cuidar da saúde. Tô amando surfar. Amando. Sério. Preciso falar mais disso um dia. Um ano e eu tô na melhor forma que eu já estive na vida, descobrindo emoções que eu nunca tinha sentido, me conectando mais ainda com o mar. Um ano. E com todos os traumas e problemas, todas as peripécias de uma vida normal, tudo que é str...

levanta a cabeça, princesa, senão a coroa cai

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Beirando os 30 anos de idade, me sentindo toda parapapá madura sábia, eu de repente descubro que não sei andar. Não sei andar! Ao longo da vida pessoas me falavam que eu andava esquisito mas eu achava que era uma característica apenas, que nem cabelo. Ah, seu cabelo é assim e tal. Mas não sabia que tava ERRADO. Tipo, eu me locomovo, então tá funcionando. Só que não é da melhor forma, de gastar menos energia. E aí por consequência, eu não sei correr. Estudos descrevem que eu corro igual uma galinha, com o pescoço pra dentro e as asas pra fora. Isso diz muito sobre minha postura, que é péssima. Ou seja, eu também não sei ficar parada. Coisa básica, né? Em aula eu tenho percebido que normalmente eu não consigo expressar as minhas dúvidas. O que eu tô pensando não consegue chegar a tempo na boca. Eu não sou burra, mas eu não consigo provar. Por isso eu gosto de escrever, porque dá tempo do pensamento sair e eu posso voltar, corrigir, reler. Eu gosto de escrever porque eu também não sei ...

n prq o freud

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Eu sou muito bolada com essas tretas da psicologia, principalmente com os "não-freudianos". Que não freudiano? É freudiano sim, meu parceiro, aula 1 de Psicologia, o princípio de tudo, a origem dos astros, quem descobriu a bagaça toda foi ele. Foi o Freud. Machista, misógino, hipocondríaco, cheirado, tudo o que todo mundo era no século XVIII, mas genial. Lave seu recalque com sabão pra falar do Sig que ele não meteu 28 volumes no empirismo pra você chegar desmerecendo o cara. Fico puta. Por que não faz que nem Lacan? Lacan falou porra, daora esse negócio do alemão, dá pra fazer assim, assim e assim . Freud inventou a pizza, Lacan é o brasileiro que criou a pizza de strogonoff com batata palha. Foda-se, é pizza. Não parece nem com o cheiro da napolitana mas seria audácia demais falar que ele inventou uma nova comida, né? É pizza. É Freud. É o inconsciente, é o trauma, filho, É O ÉDIPO! Ah mas a análise do comportamento, que não sei o que da cognitivo, porque o humanismo.....

querido diário

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Querido diário, hoje eu acordei 7 horas da manhã, tomei café com leite e depois comi uma banana. Fui pra minha aula de surf e, diário, tudo aquilo que falam sobre surfar é verdade. Você fica zen, de bem com a vida, energizada. Sério, sem caô. É uma delícia! Daí eu fui pra casa de bike, com a vista mais linda que existe. Cheguei em casa, botei a Marília pra cantar, fiz cocô, tomei banho e depois espremi 4 laranjas pra tomar suco com o lanche de patê de atum com cenoura ralada no pão de iogurte. Recomendo. Sentei pra trabalhar um pouco ouvindo o Encontro com a Fátima (adoro ela) e depois fui almoçar com uma das pessoas que eu mais amo no mundo. Sim, diário, no mundo! Sete bilhões de pessoas! E depois fui no shopping comprar um short de 19,90 que eu vi na Riachuelo. Tomei um frapuccino no Starbucks, tava excelente. Fui pra casa, assisti Lost, trabalhei mais um pouquinho e depois fui treinar na praia. Foi um teste e eu fui bem, corri 12 minutos sem parar, sem andar, que é ...

ai, que saudade do meu eu

A gente é uma pessoa quando tá sozinha e outra quando tá com pessoas. O indivíduo perde parte da sua individualidade no grupo, pra daí constituir o indivíduo do grupo. Faz sentido, se você pensar. O que você assiste no Netflix quando tá sozinha em casa não é a mesma coisa do que quando sua mãe tá junto. E é assim com tudo, em todas as situações. A gente sacrifica pequenas (ou grandes) partes de nós pra poder viver em comunidade. E sem comunidade a gente não vive. Happiness is only real when shared. Não é máscara, não é falsidade, não é psicose. Simplesmente é impossível a gente agir com a mesma liberdade que temos sozinhos se tem mais alguém lá, e tudo bem. De vez em quando dá uma angústia que a gente não sabe nem da onde vem. Uma bola de neve, porque você pode estar rodeada de pessoas que ama e mesmo assim quer ficar sozinha. Se sente culpada, porra que mancada. A angústia aumenta. Mas nem esquenta, isso é saudades. Saudades de você, da pureza de você sozinha com você mesma. Saudad...

o dinheiro

O dinheiro já tinha perdido a relevância pra mim antes, no navio. Apesar do salário ser um dos maiores atrativos pra embarcar, quando se está lá privado de uma caralhada de coisas, ele perde o valor. A gente saía pra comer sem perguntar o preço de nada, a gente não tinha dó porque o prazer das comidas ou das coisas era muito maior do que o valor do dinheiro. E quando dá na telha de ir embora, salário nenhum segura a pessoa lá.  Dessa vez foi diferente, durante o tratamento. Um dia passou na tv não sei o quê de sorteio que ganhava 1 milhão de reais. Aí eu parei pra pensar que mesmo que eu ganhasse aquele dinheiro, a minha vida não ia mudar absolutamente nada, meus problemas continuariam ali e o tratamento seguiria. Meu sofrimento não mudaria, nem diminuiria. E vou te falar que não ser uma questão de dinheiro é uma das coisas mais desesperadoras que tem. Porque em última análise, os problemas em geral têm relação com falta de dinheiro. Mesmo quando se tem muito, a ganância inerent...