do amor à preguiça

O Romeu morreu e a Julieta também. O Jack morreu e a Rose viveu uma vidinha mediana. A velhinha morreu e o velhinho levou a casa dele pra Paradise Fall com um monte de balão de hélio. Até o Marley morreu e Eu ficou triste. Porque as histórias de amor mais bonitas normalmente terminam em morte, drama, dor. Felizes para sempre, só em conto de fada. Na vida real mesmo, depois do clock out, só tragédia.
Assim também somos nós dois, como não poderia deixar de ser. Uma história de amor completa (e potencialmente imaginária) que já passou pelas mais diversas fases e agora ruma à tragédia. E quem vai morrer nessa história sou eu. De preguiça.



O ciclo vicioso já está tomando uma proporção cômica e eu já passei de ó não por de novo? e agora cheguei no you gotta be kiddin'. Aqui de fora eu já sei o final de cada temporada dessa sua série interminável. O romantismo das memórias está lentamente derretendo nesse banho maria que você cozinha a vida. Ainda sei que uma piscadinha sua me abate pra sempre e que eu aceito antes do seu joelho encostar no chão. 
Mas aos poucos a coisa vai ficando banal e cada dia mais eu me aproximo de um outro cara qualquer, que vai casar comigo, ter filhos comigo, morar comigo e comprar um carro comigo. Vou chegando perto daquela vida que eu vou acabar gostando. Vou ficando mais longe de morar num trailer ou num barco ou numa casa na árvore com você, de conhecer os cantos mais doidos do mundo com você, de ter filhos e netos com você. E esse é o final mais trágico que nossa história (de novo, imaginária!) poderia ter.
Chega de brincar de barbie, vai. Vem logo.