a polarização de tudo

As coisas existem. 


Eu poderia parar por aqui, seria muito mais genial. Mas vou explicar essa frase mind blowing:
As coisas existem, já existem, meio que sempre existiram. Meio, porque né, início da humanidade, evolução, adão e eva, tal e pans. Sempre existiram desde que as civilizações existem, pra ficar mais tangente. E também não são coisas físicas tipo sabonete ou pau de selfie. Essas coisas foram sendo criadas e cada dia tem mais coisa, mas cada dia também morrem coisas então cada dia tem mais e menos coisas. Só que as coisas que eu me refiro são as coisas da vida, sentimentos, fenômenos psicossociais. 
E elas já existem, mas vão sendo catalisadas por determinados acontecimentos sociológicos e, por isso, parece que antes não tinha gay nem homofobia, depois tinha, depois lutou-se contra, agora tem heterofobia [sic]. Sabe assim? Papo de avô que no meu tempo não tinha sei lá o que.

FUN FACT: é real, meu avô disse que no tempo dele a estrada de são paulo à ubatuba não tinha curva, agora tem um monte. O que só comprova que a existência e não existência das coisas é puramente perceptiva e não real.

Enfim, esses acontecimentos sociológicos, que são cíclicos, vão colocando em pauta diferentes atributos do ser humano. Fortificam e enfraquecem coisas que já estão dentro da gente, vêm de natureza. Mas ora estão adormecidos, ora vêm à tona.

Dessas coisas que sempre existiram, existe a polarização, o fenômeno bairrista que, como eu disse, sempre existiu. Sempre fomos corinthians ou anti-corinthians, sempre formos bolacha ou biscoito, sempre fomos são paulo ou rio. A polarização sempre existiu. Só que, sem saber precisar exatamente o porquê, mas chutando que seja por causa da facilidade de comunicação que a internet nos proveu, essa polarização têm ficado mais e mais evidenciada em relação a tudo. Você tem que ser absolutamente contra ou absolutamente a favor. E não sobre o tópico que você quiser, você tem que escolher um dos pacotes: esquerda-comuna-vegano-pró-vida ou direita-dinheiro-coxinha-bolsonaro. Meio que mais ou menos é assim que anda funcionando. O que é duas coisas: estúpido e idiota. Mas tudo bem, poderia ser pior. E é.

Ontem passou na TV que duas manifestações ocorreram na Alemanha. As duas grandes, reunindo milhares de pessoas. Uma delas era contra a entrada e a permanência de Muçulmanos no país, que vinham fugidos de guerras ou só pra vir roubar nossos empregos mesmo. A outra era super a favor dos Muçulmanos e #somostodospessoas, pode entrar que a casa é nossa. Está é uma exemplificação clara de que não só a polarização não é exclusivamente brasileira (republicano ou democrata, espanha ou cataluña, yes or no na Escócia, etc), como o nível de extremismo leva a crer que estamos à beira do abismo, da guerra, do fim. 

Os interesses pessoais superam os interesses comuns. Existem pessoas que realmente pensam: seu país tá em guerra, o problema é seu. Que é tão absurdo quanto: você nasceu na favela, o problema é seu. As pessoas andam perdendo a noção de humanidade e a capacidade de enxergar a correlação de tudo, como tudo é problema de todos. Qual a diferença de metade da Alemanha (modo de dizer) gritando "te odeio Muçulmano!" ou "te odeio Judeu!"? O que impede esse sentimento protecionista, nacionalista, de evoluir como evoluiu daquela outra vez? E como explicar aqui mesmo, no nosso quintal, que 126 anos depois do fim da escravidão, ainda haja o racismo?

Qual foi exatamente a evolução que a humanidade teve ao longo dos anos? Quantos impérios ascenderam e caíram da mesmíssima forma? E, mais importante, quanto tempo a gente ainda tem?

Transbordando otimismo, me despeço com um pensamento: we're all gonna die. Soon. Beijos!