Black Lives Matter More Than Yours

Tem nem dois anos que eu percebi que eu tenho TPM. Foi um momento revelador, libertador até, perceber que aquela monstruosidade que tomava conta de mim de tempos em tempos tinha nome, era normal e beirava o clichê. Não que a descoberta tenha me curado da TPM, nem amenizado. Mas agora, toda vez que eu odeio ai que saco puta que pariu vai tomar no cu eu paro, faço uma continha mental e ufa! É TPM! Que merda, filhadaputa. Mas é só TPM, vai passar.
Assim também mais ou menos foi quando eu tive (ou percebi) pela primeira vez ansiedade. Eu me encontrava em um rebiliço, uma coisa, um UGH! e aí alguém me perguntou "por que você está ansiosa?" e aí eu meio que ah! isso é ansiedade? entendi.
Engraçado, né? Vinte e seis anos depois, eu ainda vou descobrindo sentimentos e sensações tão comuns, que tanto se fala. E aliás, até hoje não sei o que é azia.
Mas de cara, no segundo dia do ano, descobri outra sensação: a ofensa. Eu, que não sou nenhuma florzinha do campo, sou constantemente contrariada, estou constantemente em desacordo com coisas e pessoas e opiniões. Love treta. Só que ofensa é outra coisa, é profunda. Não deu tempo de responder, não tive força, não anotei a placa. Me deu ânsia, vontade de chorar, raiva. Fiquei inconformada - não tem palavra melhor para definir. Inconformada com o quão baixo e vazio o ser humano consegue ser. Em um mundo onde tantos problemas parecem grandes demais para se resolver, o maior deles é dentro da mente do próprio homem.



E que post gostoso para começar o ano! =D 
Mas me serve de inspiração, para que eu não esqueça do mal que grita no mundo, para que eu nunca mais silencie. Todo dia é uma batalha, toda vida é uma guerra, que a gente precisa vencer. A gente vai vencer.

Feliz 2015!