desabaphey!

Era uma vez dois estados de espírito que eram irmãos: o cansaço e a raivinha. Eles eram gêmeos e se pareciam muito. Aí uma elefoa alada estava andando pelo pântano quando o cansaço saiu correndo e pulou em cima dela. E como ele era muito parecido com a raivinha, todo mundo achava que a elefoa estava brava. MAS A ELEFOA SÓ ESTAVA CANSADA! PORRA!

Agora chega de didática. Eu tô cansada. Sabe por quê, criançada?
Porque este é um semestre estranho. Talvez eu já tenha falado sobre isso uma ou trinta e oito vezes, mas o blog é meu. Então se você pensou ah, nem quero aturar draminhas, vai ler o cersibon que é excelente!
*alunos se levantam das cadeiras e saem. sobra só o igor, que dorme*

Para você que ficou, igor, o semestre está estranho porque eu sou agora muitas coisas que eu nunca tinha sido antes. Primeiro que no começo do ano eu tomei um feedback que me deixou meio desnorteada em relação à vida. Depois eu transformei essa bordoada [gênial essa palavra] em gás e peidei e comecei a buscar informações, conhecimentos, piadas e o cacete. Trabalhar no Vacance em julho foi no mínimo essencial para essa fase student do báscio II porque lá eu estava entre os melhores, só sugando e roubando as piadas. A vida é assim.
Aí passou aquela neurose de ser um lixo porque agora eu era um lixo aprendendo. Um a zero. Daí, como todos inclusive os chineses sabem, eu descobri que tinha uma doença filhadaputa no sistema imunológico. Eu sempre brinco com essas coisas porque 1. é bizarro e 2. eu não sei reagir de outra forma. Mas o fato é que eu fui bem internada às pressas, os médicos me olhavam com cara de tadinha, tão nova pra morrer e meus pais reagiam como se eu realmente estivesse morrendo. Era bem estranho estar no hospital, sem poder levantar da cama, sem poder tomar banho sozinha nem me mover muito mas, se eu olhasse no espelho, via uma mocinha normal. Feia, porque eu não penteava o cabelo no hospital, mas normal. É difícil para o cérebro associar as coisas quando você se sente perfeitamente bem. Tipo, era grave e eu percebo isso agora. Fora que tudo indicava que era leucemia. Meu pai teve certeza que era leucemia. Minha mãe presenciou o exame de medula. Que QUASE NÃO DÓI, aliás. E no fim, não era leucemia. AMÉM.
Beleza, saí do hospital mas virei a menina de cristal que não podia fazer nada. Esse remedinho que brought me back minhas plaquetinhas é um grandessíssimo filho da puta, em termos de efeitos colaterais. Que inclusive foi uma grande decepção - eu sempre achei que efeitos colaterais eram frescura e que eu era imune a eles. Não sou. Porque prednisona INCHA E DÁ FOME.
Agora pensa numa pessoa que a vida toda foi magra e depois semi-magra, de repente comendo que nem 8 filhotes de urso polar. E engordando com as horas. Tipo, DO NADA EU ACORDEI GORDA! O psicológico de qualquer pessoa mais normal já ficaria abalado. O meu então...
E dançando em uma grande harmonia com todos estes fatos deliciosos, tem o TCC, uma proposta FODIDA de trabalho que eu NEGUEI e um medo inenarrável de uma possível gravidez.
Junte os ingredientes em uma forma previamente untada [outra palavra sensacional] com manteiga e adicione um emprego bacana, mas que fica na CASA DO CARALHO. Cubra com uma abstinência sexual aguda [completamente compreensível posto que eu estou FEIA] e leve ao forno.
Resumindo: eu que não bebo, pedi um conhaque sempre fui uma flor, do nada passei por neurótica, doente, menina de cristal, grávida, gorda, encalhada e pressionada. Em 3 meses. Isso tudo cansa. Lutar contra isso tudo cansa mais. Ter que desabafar sobre o assunto no blog, não tem preço.

Pronto. Desabafei.
Amanhã voltamos com a nossa programação normal.
Beijão, igor.