a droga do amor

Quando as coisas não acontecem do jeito que você quer, a situação começa a ficar desesperadora e nada no mundo parece ajudar, você apela pra ele. E ele te ajuda mas depois você jura que foi a única vez. Depois começa a usar ele sempre e sempre, cada vez mais.
Fica um dia sem ele e as reações do organismo começam a surgir.
Você não vive sem ele.
O amor é uma droga.

Mas desde que você nasceu, você recebe ele. Não tem como não viciar. Isso sempre te fez bem e sempre o fará. Não tem contras que agüentem com os prós.
A overdose não mata.
O amor não é uma droga.

Então se não há amor, tudo vira um não ser e nada então existe. Algo como não haver amor não existe. Sempre há amor. As vezes, porém, insuficientes.
Nunca é o bastante. E a lacuna é preenchida com outras coisas ruins.
Assim como a água do mar é intepretada pelo organismo como sangue, a droga é interpretada como amor.
A culpa é de quem ama por não demonstrar o suficiente.
Porque assim como o preto é a ausência de cores,
a droga é a ausência de amor!

Maitê Coen