a fisiologia do medo

Você pára de sentir a temperatura do corpo. Não tem frio, mas também não sente o conforto do calor. Escorre o suor gelado que você mal sente e nas entranhas, o calafrio.
Treme por dentro. Incontrolavelmente treme mas se olhar para as mãos, elas estão paradas. Só você sente que treme, tanto que as pernas parecem que vão falhar a qualquer momento, mas ninguém vê.
As ações, das mais simples às mais complexas, parecem ser impossíveis de se concretizar. Você não sabe o que fazer, mas não para de fazer alguma coisa. Os piores pensamentos passam, mas são disfarçados por uma pronta negação, uma vontade de acordar daquela situação.

Passa um tempo e vem o choro incontrolável. A ficha cai, a realidade se torna nítida e o medo dá lugar ao desespero, causado pelo próprio medo ou pela própria realidade.