two damn years

Bom Tata, hoje faz dois anos que você num brinca mais de corpo presente, né? Que merda, devo dizer. A maior de todas as merdas. A mais triste, mais doída. Injusto porque agora as coisas estão bem, sabe? A vó, o vô e até a tia Maria tá bem. Era a hora de estar por aí só passeando, viajando e tal. Que merda!
Mas como eu sei que o Céu é wi-fi e você lê meu blog, só queria falar umas coisas e tal. Porque assim, além da saudade imensa, tem um monte de situações que eu queria muito que você tivesse junto. Mais uma vez, de corpo presente, porque eu tô bem ligada que lá você estava.
Nas bodas de prata dos meus pais, no aniversário de 50 anos de Mami, no meu próprio aniversário. Os dias no navio, já não sei se você ia gostar muito. Talvez umas semaninha, mas sinto que o balanço ia te estressar. Definitivamente, você ia AMAR almoçar de graça em Santos. E ia querer catar o comandante, que num é feio não. E eu achei Búzios a sua cara. Milhares de lojinhas! Ah! E em Punta tinha uma lojona meio pique brás, sabe? Enorme, baratíssima. Blusinhas a 4 reais, meu! Ia ser um preju ali que ia quebrar (mais) o Uruguai. Hahahaha!
E sabe, com o tempo eu não consegui mais me entristecer quando lembro de você. Não orna. A nossa família é aquela palhaçada toda hora. Geral falando mal dos outros, termos que não existem e bizarrices tipo comida mofada é vacina. Chorar a gente só chora de rir. E foram tempos dourados sempre, mesmo quando rolava aqueles quebra-pau que a vó mostrava a dentadura e tal... hahahaha! Palhaçada, sempre.
Então saiba que não é que eu não sinto sua falta, eu só não acho que chorar e ficar triste resolve. Mas saiba que toda hora, todo lugar, toda situação eu lembro de você. A gente lembra de você. E vive em homenagem à isso.

E quando eu chegar aí, vê se já me arranja um anjo gato e uns filmes pra gente assistir, tá?
Amo você sempre!