a garganta

Meu problema é sempre a garganta. Tudo que me pega de surpresa começa pela garganta, que gela. Não sei bem descrever a sensação, mas digamos que ela gela. E do gelo nasce uma cachoeira que desce até mais ou menos o meio do peito. E essa sensação fica por ali, com um centro gravitacional meio esquisito que parece que puxa pra dentro. A respiração dificulta, o coração normalmente acelera e o choro se segura como pode.


Engraçado falar disso hoje. Porque hoje nem é tanto o caso. Até é né? Mas o caso é um conceito meio variável que envolve cansaço, sono, um início de tpm e outras cositas más. De qualquer forma, nem é tanto o caso mesmo. Só que sei lá como eu fui parar onde não pretendia, abri a parada aqui para escrever e esquentar o frio da garganta. E numas de pesquisa, piorou tudo. Ao invés de desafogar eu lembrei da sensação que foi o pior dos apertos. A Era do Gelo. Deus me livre de me sentir assim de novo um dia.
Essas coisas traumatizam. Era de se esperar que o tempo me trouxesse maturidade mas, uma vez mais, não tem sido o caso. Superar é crescer, aprender é crescer. E eu sempre acho que cresci até o trauma bater de novo. I'd kick the bucket sixty times before I kick the habit. De volta aos 18 anos de idade.
No entanto, de uma coisa eu também sei: dormir faz bem, amanhã já tô curada. Isso eu aprendi. Então vou colaborar comigo mesma.
E um beijão pra você que pensou besteira das duas primeiras frases.