Juliana Sanchez

Eu sei que ela é formada em publicidade e propaganda mas acho que nunca pisou numa agência. Trabalha há um tempão como guia turística - e num pense você que ela levava criançada no museu do Ipiranga que nem eu. Não, não. Conhece Miami melhor que São Paulo, sai pra tomar cerveja (ela num bebe, que eu saiba) com o Mickey de tanto que foi pra Disney, manja tudo de Europa, África e tal. Deu rolê nesse mundo, viu? Tem história pra contar. Muitas.
Tudo isso enquanto dá aula na Cultura Inglesa, uma das melhores escolas de inglês do Universo (alocka). E aulas incríveis, aliás. Eu sei, eu fui aluna. Era demais. Ela dava risada quando a garotada mandava uns "coming" numas frases meio dúbias aí, mas tudo bem. A aula era boa, era leve, desencanada.
Inclusive "desencanada" é bem o termo pra definir a Ju. Que não quer dizer relaxada nem porca nem nada do tipo. É mais uma coisa de tranquilidade e otimismo. Fugindo um pouco da Lei Federal nº 2.469 de 11 de abril de 1988, que estabelece que uma pessoa não pode ser possuidora de um trabalho que seja irado e deve se casar e ter filhos antes dos 30 anos de idade. Ela prefere a parte dela em fofoca - uma palavra que aqui significa qualquer fato ou acontecimento que possa ser seguido de um YOU MUST BE JOKING característico.


E para a alegria geral do Império, ela hoje se encontra grávida. De gêmeos. Que vão nascer lindos e morar numa casa sensacionalmente linda, que é onde ela mora com o marido. No auge dos seus 34 anos com carinha de 27, ela tá aí sambando na cara da sociedade conservadora e moralista desse meu Brasil Colonial. Servindo de exemplo e inspiração para pessoas renegadoras do sistema como essa mesmo que vos fala.
Quando eu digo que isso é vida sim, acredite. Eu já vi acontecer.