oração

Meu pai Olorum, hoje eu venho antes de mais nada te pedir perdão, porque o que eu mais tenho feito é pecar. Tenho pecado, Deus, porque fica cada vez mais difícil lembrar que Teus filhos todos são meus irmãos e eu preciso a todo tempo parar de pensar meus pensamentos não lá tão cristãos. Perdoe meus pensamentos, Senhor. 
Perdoe porque tem sido muito difícil praticar aquilo que é o mais básico da minha religião, e de qualquer religião, na verdade, que é o puro amor. Tem sido muito difícil amar nos últimos dias, mais ainda nas últimas horas. Sei que Tu me sondas, com o perdão do meme, e que me mostra em cada detalhe da vida que o amor está presente, e eu amo, Senhor, amo tudo aquilo que me ama também. Mas tenho falhado miseravelmente em amar o que não me ama, em lutar a luta a que me propus aqui nessa Terra. Não sei se me falta força, Senhor, mas não falta fé em Oxalá para pedir a Ogum que me empreste sua espada, e que Xangô ilumine meus olhos com a justiça que se afogou no meu ódio. Contra ele, peço que mãe Oxum me preencha de amor e que Iemanjá gere em mim a sabedoria de Oxóssi para que então eu cure minha alma na fé de Obaluaê. Preciso de ajuda, meu Deus, porque tenho me sentido inútil no meio do caos, incapaz de acreditar na minha própria resiliência que é um bambu se quebrando à menor brisa de saber que meus irmão passam por uma verdadeira tempestade. A sensação de que basta sobreviver tem sido cada vez menos suficiente para me fazer compreender o que está acontecendo agora - e eu não tenho dúvidas da necessidade disso tudo, mas sinceramente achei que seria mais fácil. Nunca antes duvidei tanto de mim e tenho medo, Senhor, de te decepcionar. Aqui fico então com as minha convicções, como disse o mestre Babu. Eu ainda me espanto com o mundo mas me seguro nas minhas convicções, enquanto dá. 

Amém.