the bifurcation

E ai? Eu paro de graça e fico na agência que tende a crescer e me fazer feliz e milionária? Para ter um salário fixo, crédito aprovado, carro, notebook, responsabilidade, natal com a família? Ou eu embarco, acordo em um lugar por dia, trabalho com o mar de fundo de tela, mantenho o bronzeado, ganho dinheiro, proporciono viagem baratinha pra família, conheço a europa?
Mas será que eu não vou ser aquela pessoa que sofre todo domingo a noite porque tem que trabalhar na segunda? Eu não vou ser aquela pessoa que envelhece prometendo que um dia desses vai largar tudo e ir viajar, conhecer o mundo? Será que eu não vou acabar amargurada, estressada e infeliz com a falsa sensação de missão cumprida? Será que eu num começo a fumar no meu terceiro mês como publicitária? Ou será que eu vou acordar com 30 anos um dia e perceber que eu não tenho currículo, que eu me formei há dez anos, que eu não tenho emprego nem nada, que eu quero ter filhos e não posso por causa do vício, não vou ver meus primos/afilhados crescendo, não vou sair nas fotos da família, não vou ter amigos?
Será que eu não vou largar a chance de ter um trabalho legal pra embarcar e aí vou descobrir um novo problema bizarro de saúde e vou ficar sem as duas coisas? Será que eu não vou desistir de embarcar e de ser uma nômade condenando pra sempre minha felicidade e vivendo de e se eu tivesse ido?
Que pressão né? Ainda bem que eu tenho bastante tempo pra pensar (não).