História da Minha Vida

Ela: moça de família, estuda ou trabalha, visita a vó nos finais de semana, gosta de comer bis e não trepa há algum tempo.
Ele: moço de família, estuda ou trabalha, joga bola com os amigos toda quinta, tem foto com garrafa de vodka importada no orkut.
Os dois de repente se encontram pela primeira vez na balada ou já se conheciam e até tinham marcado de sair juntos. Eles bebem como todo mundo, eles se pegam em um canto, eles querem a mesmíssima coisa.
Daí no dia seguinte tá tudo meio acontecendo em função de uma ressaca física e moral porque carro estacionado no Extra não é exatamente motel. Segunda a vida continua e as dúvidas começam.
Ela fica meio chateada que ele não ligou mas se ele tivesse ligado ela ia ficar meio irritada e ia reclamar que os homens andam meio chicletinhos ultimamente. Ele não liga mas pensa em ligar mas nem sabe por que pensou em ligar. E não liga. Sexta chegou.
Ela queria que ele ligasse porque passou uma semana e foi uma semana sem trepar e gente, semana de prova e/ou fechamento de folha de pagamento é correria, ela poderia se utilizar de uma trepada avulsa e aleatória. Ele não liga porque obviamente ela estará apaixonada e vai achar que ele está ligando pra pedir ela em casamento e dizer que quer ter um filho com ela. Mas ele também poderia se utilizar de uma trepada porque ele é homem. Ué. E com ela foi bom. Ela também acha que foi bom e liga.
Quando ela liga, muitas coisas passam ao mesmo tempo na cabeça dele porque ele teme o compromisso, ele acha que sua vida de garanhão sex-machine não pode ser manchada com uma trepadinha repetida. Ele diz pra ela que está indo viajar e não vai poder sair com ela. Mas ele sai com os amigos, pega mais uma - qualquer uma - e contrai aids e morre.
Ela fica chateada porque vai ter que sair à caça de um novo bom amigo pra dar umas aleatórias de vez em quando. Porque era só isso que ela queria: um pau amigo, não um marido. Ele precisava morrer de aids? Não precisava.

Inspirado em uma conversa com o Sergio. Mentira, inspirado em todas as trepadas aleatórias da minha vida. Que nunca se repetiram muito porque os homens acham sempre que a gente quer casar com eles.