smile in the age of worry

Vamos falar da verdade nua e crua como se ela fosse um sashimi. De salmão. Não. Sem fazer gracinha, esse post é sério. É sobre como a vida real é séria e tem que ser levada a sério. Como a lógica e a razão devem sempre guiar nossas escolhas e como a emoção e o coração devem ficar só dentro da tv. 
Porque na vida real não tem pó de pirim plim plim nem fada madrinha. A vida real só tem os lugares mais incríveis que se pode imaginar e as pessoas mais maravilhosas. Tem também um bando de gente ruim, mas aí parece que eu tô falando de bruxa má. Não, na vida real as bruxas são boas e os vilões têm histórias, motivos e razões. E na vida real a gente não faz ideia dessas histórias então na vida real a gente não precisa julgar, a gente pode só perdoar. 
A vida real é um lugar frio. De céu azul, de montanhas nevadas, de meio do nada e de trenó puxado por cachorros lindos. Cachorros de verdade, que não falam. Na vida real eles só latem e a gente não pega raiva deles, só literalmente. Ou as vezes a vida real tem um calor infernal e ondas quebrando na praia de uma ilha no meio do Pacífico. A vida real é cinza e rústica que nem as paredes de Roma. A vida real é torta de Pisa. Minha vida real foi Riviera Francesa e Maceió. Foi África de um lado e Europa do outro. Isso tudo quando eu já achava incrível que a vida real fosse trabalhar num hotel aqui do lado. 
O príncipe não tem. Aqui não tem, só tem homem normal. Que erra mais do que acerta mas que quando acerta faz sumir os erros que nem mágica. Só que na vida real o príncipe que lá é um só, aqui é um monte. Ou a gente acha que é só um até o próximo chegar. Mas na vida real a gente sente tudo aquilo que a imaginação planejou, só que mais. Na vida real tem sonho de verdade que a gente acorda com o cheiro do sonho. A vida real não é um sonho. Sonho acorda.


A vida de mentira que a mentira pensou que seria tão maravilhosa não é de verdade. A vida real é que é de verdade. Das coisas que a vida real já foi pra mim, eu e minha razão fria e calculista só podemos querer que a vida real continue. Porque sem nunca ter entrado na neura da vida real que a fantasia nos faz crer que a vida real é, minha vida sempre foi fantástica. E real.