petit gateau

Eu me apaixonei por ele de cara. Inclusive, pensando bem, isso meio que sempre acontece. Quando eu me apaixono, é sempre nos primeiros 8 segundos. O que acontece depois é que eu vou confirmando aos poucos até assumir pra mim mesma que eu já tinha me apaixonado. Enfim, com ele não foi diferente. Ele estava so sexy com aquela bandana e com aquele sorriso que parecia muito o do Marcelo (o cara anterior que eu me apaixonei desde a primeira vez que vi - depois desencanei). Fora o jeito como ele fazia os olhinhos das crianças brilharem. Isso me enlouquece de um jeito anormal, é sério. Paixão.
Aí, como sempre acontece, na minha cabeça a gente formaria um casal perfeito e o universo com certeza estava vendo isso e agiria de forma que a gente fosse mesmo um casal. E a gente não se tornou um casal, como sempre acontece. Divaguei sobre esse amor infundado até que uma tarde quente de verão, a gente se pegou. Poético assim. A gente se pegou pelas ruas da cidade, parando em cada poste pra dar uns amassos. Foi quente, indiscutivelmente.
Pois pense em uma pessoa apaixonada que dá uns amassos quentes no cara. Ela fica mais apaixonada, claro. E assim fui vivendo de ilusões e sorrisinhos até julho. Que era inverno. E uma bela noite, não sei se venci pelo cansaço or what, só sei que me vi mandando uma mensagem no celular da Ju às 5h42, enquanto andava as milhares de milhas de volta ao quarto das meninas. A mensagem consistia de um único verbo regular da primeira conjugação, no passado perfeito do infinitivo, primeira pessoa do singular.
Aquela noite se tornou inesquecível pra mim porque assim, foi bom. Foi bom de um jeito que eu não sabia explicar na época. Foi bom. Foi foda. Mas hoje eu consigo explicar por que foi tão bom: por causa da paixão. Eu lembro que até comecei a defender a tese de que tamanho não é documento na época. Mas era a paixão, tamanho é documento e devia ser exigido na porta da balada. Alocka.
Daquela noite estranha de julho, onde tudo começou com um banza e uma massagem, vivi de lembranças e tentativas frustradas de superar o sentimento, o gosto, o cara. Até que eu embarquei no M/V Grand Celebration. Fim.





Hahahahahaha! Tá, não acabou aí. Na verdade, acabou a paixão. Sério, ficar 3 meses sem falar/ver fotos/saber da vida do cara faz você esquecer ele. Ou foi a vodka toda, não sei. Só sei que desembarquei free of love. Ótimo. Poderia parar por aí mas não, vamos lá, vamos comprovar teorias sociológicas comportamentais.
Aí um dia na balada, no mês de julho de novo - que curioso! - depois de confundir vodka com whisky no quinto gole, fiquei vulnerável às tentações que o mundo me trás. Mentira, eu na verdade tive um ataque de pré-adolescente e fui numa tentativa mais que frustrada de fazer ciuminho num outro tema de post. Sou babaca. Mas fui né gente? Sou mulher de negar foda não.
Minha conclusão depois de algumas horas, alguns hematomas e algumas mensagens não recebidas é que o amor muda tudo. Quando você está amando, as coisas são incrivelmente incríveis. Só que assim, elas só são incríveis por causa do amor.
Digo isso porque um ano depois daquela primeira noite ensolarada de julho eu conheci de verdade o inexplicável, o sentimento, o gosto, o cara.
Sei lá, pode ser a paixão falando de novo. Mas dessa vez o pau era maior.
:D